Adriano Correia de Oliveira

Uma exposição sobre a vida e obra de Adriano Correia de Oliveira, um dos principais autores da música de intervenção, é inaugurada a 1 de abril no Museu do Trabalho Michel Giacometti.


A mostra itinerante “Adriano – 80 anos”, organizada pelo Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal, dá a conhecer a obra, o humanismo e a generosidade de um dos autores mais marcantes da música de intervenção portuguesa e da canção de Coimbra

Em 15 painéis, com textos e imagens, são abordados os primeiros passos na infância e na juventude, o empenho de Adriano Correia de Oliveira nas lutas estudantis e no Portugal de Abril e as dificuldades nos anos de resistência e clandestinidade.

Na vertente artística, a mostra revela a evolução da sua música como resultado das inspirações trazidas pelo contacto com as populações das diversas regiões do território nacional e do mundo.

A exposição, que é inaugurada às 16h00, enquadra também o percurso do homem e do artista com as mudanças políticas e históricas ocorridas, ao longo da sua vida, no nosso país.

Adriano Correia de Oliveira nasceu a 9 de abril de 1942, em Avintes. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, participando de forma intensa no meio cultural ligado à academia e envolvendo-se nas greves académicas de 62 contra o salazarismo, década em que aderiu ao PCP.

Produziu o primeiro EP, “Fados de Coimbra”, em 1963, o qual contém a interpretação de “Trova do vento que passa”, poema de Manuel Alegre que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditadura.

Em 1975 edita “Que nunca mais”, onde se inclui o tema “Tejo que levas as águas”, tendo sido eleito Artista do Ano pela revista inglesa “Music Week”.

Em 1980, lançou o último álbum, “Cantigas Portuguesas”.

Adriano Correia de Oliveira morre aos 40 anos, a 16 de outubro de 1982, vítima de uma hemorragia esofágica.

“Adriano – 80 anos” tem inauguração marcada para dia 1 de abril, às 16h00, num momento que conta com a atuação musical do grupo De Coimbra ao Sado.

A mostra pode ser visitada até 3 de junho, no Museu do Trabalho Michel Giacometti, de terça a sexta-feira das 10h00 às 18h00 e ao sábado das 14h00 às 18h00.