A mostra, de vertente biográfica e histórica, com diversos documentos e artigos pessoais do jornalista, alguns em formato digital, é inaugurada no dia 20, às 15h00, a que segue, uma hora depois, uma conferência pelo estudioso de história e património locais António Cunha Bento, no auditório da Escola de Hotelaria e Turismo, localizada no mesmo edifício da galeria de exposições.

A farda de cônsul e outras peças de vestuário, uma bengala, diplomas de associações das quais Fran Paxeco foi membro, um marcador de livro e páginas de jornais com artigos referentes ao diplomata são alguns dos exemplos do que se pode encontrar na exposição, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal.

A exposição, de entrada gratuita, aberta ao público de terça a sexta-feira das 11h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 e ao sábado da parte da tarde, dá a conhecer o percurso pessoal e profissional de Fran Paxeco, nascido a 9 de março de 1874.

O setubalense inicia aos 16 anos a carreira jornalística decidido a defender desde logo os ideais da República. Um artigo que escreve sobre uma disputa entre o rei D. Carlos e o comandante das guardas municipais, o que o leva a deixar o País para evitar ser preso, chegando ao Brasil em 1895.

Ao longo da vida, o jornalista está associado à fundação e colaboração com diversas instituições e associações, escrevendo para vários periódicos em Portugal e no Brasil, entre os quais “O Elmano”, “O Setubalense” e “A Vanguarda”. Distingue-se sempre nos lugares onde vive pela dinamização cultural e comercial que imprime nesses locais.

Após a implantação da República, Teófilo Braga nomeia-o cônsul em S. Luís do Maranhão e, posteriormente, desempenha a mesma função em Belém do Pará, igualmente no Brasil, e em Cardiff, País de Gales, e Liverpool, Inglaterra. Chega a ser secretário do Presidente da República Bernardino Machado.

Jornalista, diplomata, professor e escritor, publica mais de sessenta títulos sobre História, Literatura, Economia, distribuídos por artigos em jornais, revistas e livros, sendo o mais conhecido, em Setúbal, “As Figuras Célebres de Setúbal”, de 1930.

Fran Paxeco, falecido em Lisboa a 17 de setembro de 1952, dá o nome à antiga Rua Direita do Troino e, no Brasil, à Praça do Comércio, em S. Luís do Maranhão, a algumas vias em São Paulo e no Cruzeiro do Sul-Acre e à Biblioteca do Grémio Literário Português em Belém do Pará.

Em Setúbal, consta ainda no Tríptico dos Setubalenses Ilustres, do pintor Luciano dos Santos, patente no Salão Nobre dos Paços do Concelho.