“O público é o grande juiz dos nossos trabalhos. Tentamos sempre avaliar a qualidade do que fazemos no final dos espetáculos pela reação das pessoas e, sinceramente, fiquei muito satisfeito com a apresentação em Setúbal”, confidenciou Vasco Wellenkamp, autor do espetáculo coproduzido com a companhia holandesa Internationaal Danstheater.

O coreógrafo e diretor da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo (CPBC) salientou que “Fado” tem “a faculdade de se aproximar do público com mais facilidade”, aludindo ao facto de incluir música ao vivo, neste caso interpretada pela fadista Carla Pires.

A estreia no Fórum Municipal Luísa Todi acaba por ser um bom prenúncio para o início de 2014, altura em que, em fevereiro, a CPBC apresenta o espetáculo numa digressão pela Holanda, resultado do convite feito pela Internationaal Danstheater, companhia que, anualmente, convida artistas estrangeiros a produzir obras sobre músicas dos países de onde são naturais.

Sobre a nova produção, Vasco Wellenkamp sublinhou as dificuldades em termos de faltas de apoios da parte do Estado, o que impôs “uma entrega e um profissionalismo absolutos de toda a equipa, em particular dos bailarinos”, elenco que contou com a participação de vários intérpretes recém-formados na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal.

Quanto ao futuro de “Fado”, o coreógrafo português sente que o grande desafio será saber se o espetáculo é capaz de responder às perguntas do público holandês, povo que, apontou em jeito de humor, “tem de saber sempre o porquê das coisas” e que, sente Vasco Wellenkamp, quererá compreender neste caso o que é o fado propriamente dito.

O diretor da CPBC realçou ainda as qualidades técnicas do renovado Fórum Luísa Todi, o local escolhido para a estreia absoluta de “Fado”. “Setúbal ganhou uma dimensão de sala de espetáculos verdadeiramente fantástica”, sublinhou Vasco Wellenkamp sobre aquele equipamento cultural sadino, reaberto ao público há pouco mais de um ano, depois de um projeto de requalificação.