A riqueza e a diversidade dos trabalhos apresentados foram destacadas pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, no dia 7, numa conferência que antecedeu a inauguração da mostra “Propostas do concurso público para a elaboração do projeto da Biblioteca Municipal de Setúbal”.

“Setúbal é uma terra de potencialidades e de oportunidades. Hoje, com o vosso apoio, conseguimos tornar mais um projeto realidade”, vincou a autarca, enaltecendo o trabalho dos arquitetos, “que responderam afirmativamente ao desafio lançado” pela Autarquia.

O aumento populacional de Setúbal nas últimas décadas, argumentou Maria das Dores Meira, veio “acentuar a necessidade de ampliação da Biblioteca Pública Municipal”, equipamento a funcionar desde 1948 na Avenida Luísa Todi, que inclui quatro polos descentralizados em várias zonas do concelho.

“Apesar de várias obras de remodelação e de adaptação realizadas ao longo dos anos, o edifício [dos serviços centrais] apresenta carências ao nível da funcionalidade, de acessibilidade e, principalmente, a lacuna espacial para dar resposta aos munícipes”, sublinhou.

No encontro que antecedeu a abertura oficial da exposição, os concorrentes premiados apresentaram, resumidamente, as linhas gerais dos projetos, com destaque para o trabalho vencedor, concebido pelo atelier “Jordana Tomé, Vítor Quaresma, Filipe Oliveira”, com coordenação do arquiteto Joaquim Duque Duarte.

A proposta vencedora visa a construção de um edifício parcialmente suspenso, com três pisos, que inclui uma cafetaria, uma sala multiusos e zona de receção no andar térreo, salas de leitura das secções de adultos e infantil e áreas de arquivo no primeiro piso e salas de leitura e espaços administrativos no último andar.

“A abertura da fachada [com amplos vidros no alçado norte] dilui as fronteiras do interior do edifício para o exterior do Largo José Afonso”, frisou a arquiteta Jordana Tomé, que tratou de apresentar o projeto ao público presente no auditório da Galeria Municipal do 11, na Avenida Luísa Todi.

O projeto, premiado com 12 mil euros, e que inclui a criação de um edifício para estacionamento de construção autónoma e a plantação de mais árvores, representa um investimento que respeitará o limite traçado no concurso público da ordem dos 3,2 milhões de euros.

Também as propostas de João Luís Carrilho da Graça, segunda classificada, e do atelier Embaixada Arquitectura, coordenada por José Paulo Ferreira Rodrigues, distinguida com uma menção honrosa, foram alvo de uma apresentação mais pormenorizada pelos autores.

Presente na cerimónia esteve ainda Luís Afonso, representante da Ordem dos Arquitetos, que saudou a iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Setúbal. “O concurso público é uma ótima escolha para constituição de uma equipa que visa elaborar uma proposta arquitetónica.”

No total, o concurso público do projeto para as futuras instalações da Biblioteca Pública Municipal, edifício a construir na zona sul do Largo José Afonso, localizado junto da Avenida Luísa Todi e muito próximo da frente ribeirinha de Setúbal, recebeu 127 candidaturas, entre 99 portuguesas e 28 estrangeiras.

Na exposição patente na Galeria Municipal do 11, dos 105 trabalhos validados e apreciados pelo júri do concurso, os primeiros 26 classificados podem ser vistos em painéis, enquanto os restantes 79 ficam acessíveis em formato digital para consulta personalizada.

A mostra, que pode ser vista de terça a sexta-feira, das 11h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 e aos sábados das 14h00 às 18h00, inclui ainda as maquetas dos trabalhos classificados em primeiro, segundo e quarto lugares do concurso.

A criação de uma biblioteca aberta, moderna, convidativa, energeticamente eficiente, com capacidade de ampliação e catalisadora de vida urbana para o Largo José Afonso, foram premissas para a elaboração dos projetos de conceção do futuro equipamento, estruturante na relação urbana do centro histórico com a frente ribeirinha.

“Setúbal é uma terra de potencialidades e de oportunidades. Hoje, com o vosso apoio, conseguimos tornar mais um projeto realidade”, realçou a presidente da Câmara Municipal, frisando a modernização e evolução operada na cidade e no concelho nos últimos anos.

“Setúbal tem sentido fortes transformações na área urbana entre o centro histórico e a frente ribeirinha, que permitiram a reabilitação, a reconversão e construção de novos espaços públicos e de vários equipamentos municipais”, rematou Maria das Dores Meira.