“Este é um espaço de utilidade imprescindível e mais uma das respostas que a Autarquia, com os seus parceiros, dá no apoio aos mais carenciados e às instituições particulares de solidariedade social”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na cerimónia de inauguração do equipamento.  

O Mercado Social, instalado num “espaço adequado”, após a execução de uma “obra desafiante e complexa”, que permitiu dar um uso a um espaço degradado disponível na Bela Vista, frisou a autarca, materializa um “investimento na coesão social do território e no desenvolvimento da cidadania”.     

O equipamento municipal, localizado na Rua da Figueira Grande, funcionará, primordialmente, como uma plataforma logística concelhia com funções de captação e armazenamento de bens não perecíveis, como vestuário, móveis e eletrodomésticos, provenientes de doações particulares, para posterior redistribuição a famílias carenciadas através das lojas sociais existentes.

No primeiro piso, além da área de receção, foram criadas cinco salas polivalentes, que podem funcionar com várias funções, nomeadamente para gabinetes técnicos, realização de iniciativas de formação, atendimento e desenvolvimento de trabalhos comunitários.

Na área de armazém, no piso térreo, foi criada uma zona ampla para armazenamento de materiais, uma área para cargas e descargas de bens e um outro espaço que funciona como copa e refeitório.

Numa área anexa, também integrada no Mercado Social, foi adaptado um espaço para acolher futuramente uma lavandaria comunitária e uma oficina, vocacionada para a realização de pequenas reparações.

“Esta é uma resposta integrada que nada tem a ver com a ideia que alguns querem generalizar de que a missão das autarquias é a de se substituir ao Poder Central e de funcionarem quase como dadoras de esmolas”, reforçou Maria das Dores Meira.

O Mercado Social vai funcionar através de uma gestão partilhada entre a Câmara Municipal de Setúbal e várias instituições particulares de solidariedade social, numa ótica de reaproveitamento de recursos, gerida no âmbito de um contrato de comodato celebrado com a Associação Jardim de Infância “O Sonho”.

São parceiros deste projeto o Centro Paroquial e Social de São Sebastião, a Associação Baptista Shalom, a Associação Cristã da Mocidade, a Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras, a Cáritas Diocesana de Setúbal e o Instituto Politécnico de Setúbal.

“Todas estas entidades têm um conhecimento dos territórios e dos problemas sociais, têm experiência e trabalho de acompanhamento e inserção de famílias fragilizadas, têm experiência na captação de recursos e de dinamização de lojas sociais”, vincou a a autarca, destacando, igualmente, a “importância das sinergias e do trabalho em rede”.

A mesma ideia foi partilhada pelo presidente da direção da Associação Jardim de Infância “O Sonho”, Florival Cardoso, classificando a materialização do equipamento social como um “grande desafio” na área social, que funcionará, igualmente, como um espaço de vida e convivência.

“O Mercado funciona, basicamente, como um polo central para captação e armazenamento de bens não perecíveis para posterior distribuição nas várias lojas sociais existentes no concelho”, explicou aquele responsável, reforçando que o equipamento não vai funcionar diretamente com a comunidade, que continuará a deslocar-se às lojas sociais.

Florival Cardoso adiantou ainda que a gestão do Mercado Social vai dar “primazia às doações de empresas”, aludindo às necessidades mais dramáticas das famílias. “Mobiliário e pequenos e grandes eletrodomésticos são os bens de maior necessidade nas lojas sociais.”

A obra, uma componente do programa RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, representa um investimento global de 189 mil e 750 euros, comparticipado em 65 por cento do montante elegível por fundos comunitários canalizados pelo PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

“O que celebramos com a inauguração deste equipamento é, acima de tudo, a cidadania, o Estado Social que continua vivo, que apoia e que sabe reconhecer a capacidade da rede social e solidária para criar as melhores condições de vida a quem mais necessita”, manifestou Maria das Dores Meira.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal acalentou ainda o desejo de continuar com a reabilitação e recuperação de espaços vazados, projetos que a “Autarquia não tem capacidade, para já, de executar sozinha”. Contudo, assegurou, a edilidade, “não perderá qualquer oportunidade que surja para concretizar novas ações”.

 

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