A importância da reativação deste equipamento, situado na Herdade da Mourisca, foi salientada pelo vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Setúbal, Manuel Pisco, que destacou, igualmente, a importância das novas atividades que vão ser desenvolvidas naquela área.

“Com a reabertura do Moinho de Maré ao público a oferta turística da região é alargada e reforçada no âmbito do turismo de natureza”, vincou Manuel Pisco, frisando que “as novas atividades vão promover e valorizar o património natural e cultural do Estuário do Sado”.  

Visitas guiadas à Herdade da Mourisca e ao Moinho de Maré, passeios pedestres interpretativos, programas de educação ambiental dirigidos a escolas, exposições e palestras, observação de aves e passeios de barco são ações a desenvolver, de forma regular, com o apoio da Autarquia.

Para visitas, o equipamento está aberto ao público às sextas-feiras e no primeiro sábado de cada mês, entre as 10h00 e as 16h00, contando com um espaço de cafetaria, uma loja de venda de produtos relacionados com o Estuário do Sado, e os diversos apetrechos associados ao antigo processo de moagem de cereais.

Uma área de convívio interior foi apetrechada de novas condições de conforto para os visitantes e novas peças de exposição, incluindo várias imagens de fauna local, foram incorporadas nas instalações.

O Moinho de Maré da Mourisca, propriedade do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), que promoveu as intervenções de remodelação e beneficiação, no valor de cerca de 30 mil euros, as quais permitiram dotar o equipamento de condições de visita para o público.

“O Moinho de Maré da Mourisca, uma referência da região, apresenta agora as condições para que o público possa visitar as instalações e conhecer os valores naturais e culturais da área em que está inserido”, salientou João Carlos Farinha, do ICNB.

A recuperação do porto palafítico junto do Moinho de Maré da Mourisca e de outros espalhados pelo Estuário do Sado, “paragens muito interessantes onde é possível observar uma grande variedade de fauna e flora”, é um dos objetivos que João Carlos Farinha espera ver concretizados já para o ano, por altura da realização da feira ObservaNatura.

Sobre a recuperação destes cais, que permite o desenvolvimento mais alargado de passeios de barco no Sado, o vereador Manuel Pisco adiantou que a materialização deste projeto possibilita a “recuperação da memória das atividades relacionadas com o rio”.

Na cerimónia oficial de reabertura ao público do Moinho de Maré da Mourisca, que contou também com a presença do presidente da Junta de Freguesia do Sado, Manuel Véstias, foi exibido um filme, comentado pelo presidente da Associação Portuguesa do Património Marítimo, João Barbas, sobre a recuperação de barcos tradicionais em vários locais do País.

O Moinho de Maré da Mourisca, edificado, presumivelmente, em 1601, está numa zona de sapal e salinas, rodeado de terrenos que antigamente eram utilizados para o cultivo de arroz.

Esta antiga unidade industrial de moagem de cereais com recurso à energia renovável das marés está inserida na Reserva Natural do Estuário do Sado, uma das zonas húmidas mais importantes de Portugal, onde podem ser observadas mais de duas centenas e meia de aves e onde habita a única comunidade de roazes corvineiros do País.