O Observatório Social de Setúbal, em atividade desde o primeiro trimestre de 2011, é promovido pela Uniseti – Universidade Sénior de Setúbal, em parceria com a Câmara Municipal e o Instituto Politécnico de Setúbal.

A necessidade de introdução de mudanças no cuidado com os idosos, tendo em vista o desenvolvimento e valorização do papel social do idoso, são objetivos deste projeto, cujo público-alvo é constituído pelo conjunto de indivíduos, do sexo masculino e feminino, com mais de 60 anos, residentes no concelho de Setúbal.

A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, numa intervenção apresentada pela chefe da Divisão de Inclusão Social da Autarquia, Conceição Loureiro, salienta a importância desta iniciativa, considerando este projeto “um contributo fundamental” para a criação de novas políticas de intervenção.

“A grande idade ocupa, normalmente, um lugar de destaque nas preocupações e nos discursos de quem governa, mas, muitas vezes, as necessidades desta faixa etária não são bem conhecidas”, afirma a edil setubalense.

Maria das Dores Meira considera ainda que “para decidir é essencial ter informação, e só assim é possível definir os caminhos mais adequados e criar as melhores soluções”, adiantando que a recolha de informação, efetuada “numa base de voluntariado, demonstra que a sociedade civil está viva e ativa”.

Uma equipa de intervenção, composta por voluntários nas áreas de sociologia, psicologia e serviço social, cuja coordenação está a cabo da Uniseti, vai executar os objetivos definidos de acordo com uma metodologia que assenta em fases distintas.

O levantamento e caracterização da população com mais de sessenta anos residente no Concelho, tendo em conta variáreis como estado civil, habilitações literárias e situação económica, estudo que já começou a ser elaborado, é o ponto de partida deste trabalho.

A perceção das respostas sociais já existentes, adequadas à população sénior, visando vertentes de saúde, socialização, cultura e educação, constitui a segunda fase deste projeto, trabalho que também já está a ser desenvolvido, desta feita por técnicos municipais.

A reflexão e a criação de linhas de estratégicas e propostas práticas, promovidas numa lógica de voluntariado e solidariedade, e o acompanhamento periódico e a atualização das propostas de ação identificadas são outras fases de intervenção do Observatório Social de Setúbal.

“Este é um trabalho relevante e com impacte na cidade, que pretende ajudar a abrir caminhos para a implementação de estratégias e projetos que valorizem e melhorem o papel social da população sénior”, salientou o presidente da Uniseti, Brissos Lino, explicando que o conceito de envelhecimento ativo está presente em Portugal desde a década de 90.

Já o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Armando Pires, sublinhando a importância do contributo dos estudantes na elaboração do trabalho de campo, referiu que a participação neste projeto “vai além do nível académico”, explicando que os resultados que vão ser obtidos são importantes “para o fortalecimento da envolvência com a comunidade”.

A divulgação do trabalho desenvolvido por este projeto, a realizar de forma periódica, é também feita através da realização de seminários, colóquios ou workshops dedicados às temáticas envolvidas, no sentido de promover a reflexão pública.

“Envelhecimento Ativo: que caminhos” é o tema da primeira iniciativa a realizar neste âmbito, em setembro, que dá conta da primeira fase de trabalho desenvolvido pela equipa do Observatório Social de Setúbal.