A Medalha de Honra da Segurança Social, instituída em 2007, foi entregue a Alfredo Bruto da Costa, a título póstumo, a Cristina Louro e a Isabel Duarte.

“São três percursos diversos de enorme relevância para a Segurança Social. Quando as carreiras são feitas com competência e seriedade ficam para nós no património da Segurança Social”, sublinhou o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, na cerimónia, na qual também marcaram presença a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, e a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, entre outras individualidades.

Cristina Louro foi distinguida pelo trabalho desenvolvido como diretora-adjunta do Programa HELIOS, a favor das pessoas com deficiência, pela dinamização de programas de luta contra a pobreza e exclusão social e por dedicar a sua vida profissional à área da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, bem como ao voluntariado, entre outras funções que desempenhou.

“Deixamos um agradecimento a Cristina Louro pela diversidade da sua carreira e pela forma entusiástica e determinada de quem nunca aceita a derrota”, referiu o ministro.

Já Isabel Duarte é reconhecida pela longa carreira em vários cargos dirigentes nas áreas do Planeamento Financeiro e da Gestão Financeira da Segurança Social. “É uma profissional que se dedicou com grande empenho e qualidade ao seu trabalho, pelo que merece esta medalha.”

Quanto a Alfredo Bruto da Costa, falecido em novembro do ano passado, foi homenageado a título póstumo pelo trabalho desenvolvido como ministro da Coordenação Social e dos Assuntos Sociais, como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e como presidente do Conselho Económico e Social e da Comissão Nacional de Justiça e Paz, bem como pelo seu trabalho como investigador. A medalha foi recebida por uma das filhas do homenageado.

“Nunca esqueceremos a luta de Alfredo Bruto da Costa por uma sociedade mais justa e mais coesa, sem pobreza. Ficará para sempre ligado ao sistema de Segurança Social”, salientou Vieira da Silva.

O ministro aproveitou ainda a cerimónia para delinear as cinco prioridades do Governo para a Segurança Social, nomeadamente a estabilização, a eficácia social, a ambição reformista, a transparência e credibilidade e a cooperação e abertura.

"É essencial que a recuperação da economia se traduza na estabilização financeira do sistema previdencial, o que já está a acontecer com o crescimento, nos primeiros quatro meses do ano, das contribuições dos trabalhadores devido à criação de mais 150 mil postos de trabalho em 12 meses”, frisou.

A estabilização financeira deve ser acompanhada, no seu entender, pelo “reforço da eficácia social das diversas prestações sociais”, bem como de reformas que permitam dar “mais consistência e coerência à política de proteção social”.

Vieira da Silva sublinhou, entre outras, a reforma do modelo de proteção para as pessoas com deficiência, a mudança das políticas de apoio e prestações sociais, com o reforço do abono de família, e o alargamento das fontes de financiamento da Segurança Social.

O governante deixou uma palavra de otimismo para o futuro, uma vez que, destacou, Portugal vive “um momento de renovação de esperança e de confiança na economia”, com os indicadores de confiança a atingirem “níveis que raramente foram atingidos no passado recente”.

Também a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, sublinhou que, “felizmente”, o país está hoje a recuperar de “tempos de má memória fruto do reconhecimento de que era imperioso impedir a progressão de mais malfeitorias ao edifício social”.

Isto porque o Portugal saiu, “há pouco, de um dos períodos mais negativos da história recente”, com a solidariedade social a ser colocada “sistematicamente em causa”.

A autarca advertiu, no entanto, que “há muito para fazer, seja em matéria de solidariedade social, seja na defesa dos interesses dos trabalhadores” e que é necessário “ir mais longe quer na reposição de direitos já conquistados, quer no aperfeiçoamento de muitos outros e justos direitos”.

Maria das Dores Meira apontou, como exemplo, as matérias relacionadas com a idade da reforma, pois é necessário que “se encontre um quadro de regras estável que permita a quem trabalha manter as expectativas quanto ao tempo em que poderá, finalmente, abrandar o ritmo de vida”.

A sessão solene de comemoração, em Setúbal, do Dia Nacional da Segurança Social, instituído em 1984, contou ainda com um momento musical, protagonizado pelo coro Vozes de Luz, da APPACDM de Setúbal.