A decisão oficial da Federação Internacional de Natação foi dada a conhecer numa mensagem da presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, divulgada na sessão de abertura do seminário “Gestão de Piscinas Públicas, Modelos, Rentabilidade e Inovação”.

A atribuição a Setúbal da organização de etapas daquele evento desportivo internacional entre 2014 e 2017, constitui, segundo a autarca, uma “excelente notícia que a todos orgulha” e materializa “o resultado de uma aposta continuada da Federação Portuguesa de Natação e da Câmara Municipal”.

A mensagem de Maria das Dores Meira vinca que a realização de quatro etapas da Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas dá continuidade a uma “estratégia que permite tornar o País, o concelho e a Baía de Setúbal como reconhecidos locais de eleição e com uma crescente vocação cosmopolita e oceânica”.

A relevância desta decisão foi igualmente salientada, no seminário, pelo diretor do Departamento de Cultura, Educação, Desporto, Juventude e Inclusão Social da Autarquia, Luís Liberato. “É o reconhecimento das excelentes condições naturais que Setúbal proporciona para a realização de uma competição desta especificidade e do trabalho desenvolvido na organização de outras edições [incluindo uma etapa de apuramento olímpico] desta prova de natação.”

Luís Liberato salientou ainda que a Taça do Mundo de Natação em Águas Abertas, a realizar previsivelmente em junho, é um “prova âncora para a dinamização da cidade e das potencialidades marítimas de Setúbal”.

A novidade foi anunciada no decorrer na terceira edição do seminário sobre gestão desportiva, este ano com o tema “Gestão de Piscinas Públicas, Modelos, Rentabilidade e Inovação”, uma iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal e de A Onda – Associação Orientadora para a Natação Desportiva de Azeitão.

“O seminário deste ano pretende debater de forma concreta a gestão de piscinas públicas, uma tipologia de equipamentos desportivos com os mais elevados custos de investimento, manutenção e exploração”, afirmou na mensagem de abertura a presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

Na comunicação, a autarca frisou que “num tempo de escassez de recursos é imperativo que a gestão e os investimentos na área do desporto sejam feitos de forma sensata e ponderada, definindo com clareza as prioridades e reajustando-as às necessidades de uma população cada vez mais interessada na prática desportiva”.

O aumento dos índices de participação desportiva entre a população, com a criação de condições para definir hábitos e estilos de vida saudáveis e ativos tem sido um objetivo prosseguido e conseguido com sucesso nos últimos anos pela Câmara Municipal de Setúbal, associações e coletividades.

Com mais de duas centenas de associações existentes em Setúbal, noventa delas dedicam-se à vertente desportiva, Maria das Dores Meira afirmou que “é fundamental a aposta nesta troca de experiências e de conhecimentos, sobretudo na atual conjuntura económica”.

O seminário continuou com uma intervenção conduzida pelo diretor técnico da Federação Portuguesa de Natação, José Manuel Borges, com o tema “A gestão de piscinas públicas e o desenvolvimento da natação – contributos para o crescimento sustentado”.

O responsável desportivo afirmou que é imperativo haver “uma gestão moderna e eficaz que garanta às populações e em todos os momentos uma melhor qualidade de serviço”, realçando que é necessário “assegurar uma resposta continua às necessidades das pessoas”

José Manuel Borges defendeu que, para um crescimento sustentado na natação e uma correta gestão das piscinas públicas, é fundamental fomentar a criação de interligações entre as várias dimensões da prática da modalidade – ensino, competição e lazer –, assim como integrar todas as faixas etárias neste desporto.

A evolução histórica da criação destes equipamentos desportivos em Portugal, primeiro pelos clubes, depois pelos municípios e, mais recentemente, pelo setor privado, foi destacada pelo diretor técnico da Federação Portuguesa de Natação que adiantou as principais motivações que levam as pessoas a praticar natação.

“As questões de saúde e de melhoria de qualidade de vida estão no topo das prioridades dos munícipes. Segue-se a função utilitária, de aprendizagem, e só depois surge a vertente de competição que, por diversos motivos, tem sido menos procurada”, afirmou José Manuel Borges.

Seguiu-se uma intervenção do diretor do Estádio Universitário de Lisboa, João Roquete, subordinada à temática “A gestão de um grande complexo de piscinas em período de recessão económica – Complexo de Piscinas do Estádio Universitário de Lisboa”.

O seminário continuou com o painel “Modelos de gestão de piscinas públicas”, com o primeiro tema, “A gestão da Piscina Municipal de Almada”, a contar com intervenções do chefe de Divisão de Instalações Desportivas da autarquia de Almada, Paulo Mamede, e do diretor da Piscina Municipal de Almada, Alexandre Dias.

Da parte da manhã, o primeiro painel do seminário incluiu ainda os temas “A gestão concessionada da Piscina Municipal das Palmeiras – Clube Naval Setubalense”, pela diretora da Piscina Municipal das Palmeiras, Adelaide Botelho.

Após o período de almoço, o seminário retomou com “A gestão de piscinas públicas descobertas e a rentabilidade financeira – Piscina Oceânica/Oeiras Viva”, pela administradora da Oeiras Viva Cristina Rosado Correia, e “A gestão de clientes em serviços aquáticos – captação e fidelização”, pelo professor César Costa, da licenciatura de Desporto da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal.

O 3.º Seminário de Gestão do Desporto de Setúbal inclui ainda o painel temático, “Gestão energética e as instalações aquáticas”, entre as 16h50 e as 18h00, iniciado com o tema com o mesmo título pelo professor de Engenharia Mecânica Anildo Lopes Costa, do Instituto Superior Técnico, de Lisboa.

“A eficiência energética de soluções em madeira para piscinas. Aspetos do comportamento e análise comparativa com outras soluções (betão e alvenaria)” é o último tema do encontro, numa intervenção conduzida pelo engenheiro civil Luís Jorge, da empresa Tisem.