Sessão comemorativa do Dia Mundial da Segurança do Doente

O vereador com o pelouro da Saúde na Câmara de Setúbal, Pedro Pina, defendeu a 21 de setembro, numa sessão formativa promovida pelo Centro Hospitalar de Setúbal, que a segurança do utente deve constituir uma prioridade na prestação de cuidados de saúde.


“O paciente, a pessoa humana, deve ter a centralidade da intervenção na prestação de cuidados de saúde”, afirmou o autarca na abertura da sessão comemorativa do Dia Mundial da Segurança do Utente, promovida ontem pelo Centro Hospitalar de Setúbal, através da Comissão da Qualidade e da Segurança do Doente.

Pedro Pina afirmou também que “os desafios que hoje se colocam a uma autarquia são bem distantes daquilo que era a matéria de interesse e das responsabilidades há alguns anos”, o que, por consequência, “exige um grau de responsabilidade e de permanente atenção àquilo que são os fenómenos de prestação dos cuidados de saúde”.

Em matéria de segurança do utente, Pedro Pina adiantou que a Câmara de Setúbal “será, sempre que possível, um parceiro permanente para o cumprimento deste desígnio”, o qual passa, entre outros, por “aumentar a consciencialização global sobre a necessidade de envolvimento ativo dos pacientes e das famílias e cuidadores”.

O vereador defendeu ainda que esta consciencialização passa também por um maior envolvimento na proteção do doente, nomeadamente líderes e profissionais de saúde, organizações e a sociedade civil, assim como promover “políticas de saúde”, de que é exemplo o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026.

Já o presidente do Conselho de Administração Centro Hospitalar de Setúbal, Pedro Baptista Lopes, que explanou na abertura do encontro, reiterou que “a materialização do direito de segurança do utente é conseguida a duas dimensões, a subjetiva, que é o quem, e a objetiva, o como e o quando”.

Em primeira linha, sublinhou este responsável, o sucesso deste imperativo depende, “cada vez mais, do utente, na sua função de autocuidador e participativa do processo assistencial”, depois, através “do Serviço Nacional de Saúde e da própria comunidade”, em que se incluem várias entidades, como a Câmara Municipal de Setúbal.

Já o como e o quando, apontou Pedro Batista Lopes, passam pelo momento que é o ciclo de vida do utente pelo pela operacionalização da promoção das interações entre utentes e profissionais de saúde, objetivadas no Plano Nacional da Segurança do Doente 2021-2026.

“Nesta senda, estamos num processo de revisão estrutural da prestação de cuidados de saúde em que grande parte do país ficará integrado em unidades locais de saúde. Este modelo organizativo pode ajudar a acautelar as várias ações do ciclo da vida dos utentes”, reiterou.

A sessão intitulada “Todos pela Segurança do Doente”, que contou com intervenções do provedor da pessoa doente da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, o médico José Poças, e da clínica Aurora Pinto, coordenadora do encontro, contou com dois momentos formativos, em formato de mesa-redonda.

O primeiro momento, “Dar + Voz ao Doente”, contou com testemunhos de três pacientes que explanaram sobre o seu envolvimento em matéria de segurança em cuidados de saúde, enquanto o segundo incidiu na apresentação das linhas gerais do Plano de Segurança do Doente do Centro Hospitalar de Setúbal.

O Dia Mundial da Segurança do Utente é assinalado a 17 de setembro, tendo sido instituído pela Organização Mundial da Saúde, em maio de 2019, de forma a sensibilizar a população para a importância dos cuidados centrados nas pessoas e, também, sensibilizar para a prevenção dos danos causados aos doentes.