“A Câmara Municipal de Setúbal está a investir de forma consistente na Educação Ambiental porque defende e pratica uma política de desenvolvimento integrado”, garantiu a autarca na sessão de abertura das XXIV Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, no dia 20.

Carla Guerreiro reafirmou no encontro, organizado pela ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental, em parceria com a autarquia e o ICE – Instituto das Comunidades Educativas, o empenhamento da autarquia na “melhoria da qualidade ambiental do concelho de Setúbal, no ordenamento do território, na preservação do património natural e cultural” e no contributo ativo “para a salvaguarda do futuro do planeta”.

O património natural e cultural existente no concelho “exige uma cuidada estratégia de preservação e promoção ambiental”, mas, ressalvou a autarca, o município “tem como linha estratégica de trabalho a construção uma sociedade cada vez mais interventiva no que diz respeito aos desafios ambientais”, através da educação para a sustentabilidade.

Nesse sentido, a Câmara Municipal tem vindo a implementar medidas concretas no âmbito da educação ambiental, com vista à “modificação de comportamentos”, pelas quais tem sido reconhecida, como é o caso da distinção, em 2017, com o galardão ECO XXI que confere a Setúbal o estatuto de ecomunicípio.

Após a sessão de abertura, que contou também com as intervenções do presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, Joaquim Ramos Pinto, da presidente do Instituto das Comunidades Educativas, Ângela Luzia, e do diretor do Departamento de Comunicação e Cidadania Ambiental da Agência Portuguesa do Ambiente, a vereadora participou num painel em que falou com mais pormenor da estratégia ambiental da autarquia.

A valorização da baixa densidade e os recursos endógenos, a promoção do turismo de natureza, recreio e lazer, potenciando os recursos naturais e ecológicos existentes, o desenvolvimento de ligações fundamentais e de complementaridade urbano-rurais e a aposta na sustentabilidade ambiental foram apontados como objetivos estratégicos da Câmara Municipal.

São exemplos deste “caminho para uma Setúbal mais sustentável” a dinamização do Centro de Interpretação Ambiental do Moinho de Maré da Mourisca, a candidatura do Parque Natural da Arrábida a Reserva da Biosfera e os centros GOarrábida.

No que diz respeito concretamente à educação ambiental, Carla Guerreiro destacou o desenvolvimento de projetos como o sítio de internet dedicado ao Ambiente, o Guia de Boas Práticas Ambientais já editado, o sítio júnior do Ambiente e diversas campanhas de sensibilização em que se enquadram iniciativas de transformação de locais devolutos em espaços verdes a decorrer atualmente, com o envolvimento da população, no âmbito do programa “Setúbal: rio azul, cidade verde”.

O Plano de Educação Ambiental do Município de Setúbal é outro exemplo da forte aposta nesta área, com a implementação de programas como Eco XXI, Eco-Escolas, Maletas da Sustentabilidade e Bandeira Azul.

A autarca sublinhou ainda o projeto do Jardim Multissensorial das Energias, a inaugurar em breve, num investimento de mais de 275 mil euros que sensibiliza para a importância das energias renováveis.

A adesão de Setúbal ao Pacto de Autarcas, com a tomada de medidas para diminuir a as emissões de dióxido de carbono do concelho, o Plano Municipal de Eficiência Energética e a implementação do Selo Verde, que visa o reconhecimento das boas práticas ambientais das entidades do concelho, são outros exemplos do empenhamento local na preservação do ambiente.

Conferências, comunicações, painéis, stands, oficinas pedagógicas e saídas de campo preenchem o programa das jornadas, organizadas pela ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental, em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e o ICE – Instituto das Comunidades Educativas.

A maioria das atividades das XXIV Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental decorre no Cinema Charlot – Auditório Municipal e na Escola Secundária de Bocage, contando com a presença de convidados internacionais.

Através dos conteúdos programáticos previstos, são abordadas temáticas como a candidatura da Serra da Arrábida a 12.ª Reserva da Rede Portuguesa de Reservas da Biosfera da Unesco e as políticas públicas centrais de dinamização da Educação Ambiental por via da Estratégia Nacional de Educação Ambiental para o período 2017-2020.

Durante as jornadas são igualmente debatidos possíveis contributos para o Ano Europeu do Património Cultural, assinalado em 2018, e as oportunidades de desenvolvimento da Educação Ambiental que advêm das alterações promovidas pelo Ministério da Educação no presente ano escolar com a implementação do projeto de autonomia e flexibilidade curricular nos ensinos básico e secundário.

O evento divide-se em quatro grandes eixos programáticos sobre Educação Ambiental, concretamente em equipamentos e espaços naturais, em espaços rurais e ecoaldeias, em comunidades educativas, juventude e voluntariado e, ainda, em valorização dos saberes tradicionais, manifestações culturais-artísticas e património cultural material e imaterial.

Com esta iniciativa, a organização procura atualizar o conhecimento dos intervenientes sobre os vários temas socioambientais e de políticas públicas em educação ambiental e debater assuntos sociais, ambientais, económicos e políticos relacionados com a conservação e valorização do património natural e cultural.

As XXIV Jornadas Pedagógicas da Educação Ambiental têm também como objetivos dar a conhecer os âmbitos de participação das instituições públicas, das empresas e da sociedade civil nas políticas locais na promoção e valorização do património natural e cultural, facilitar a participação dos jovens no acesso à informação atualizada e na defesa do ambiente e da cultura e divulgar projetos e atividades de investigação, inovação e desenvolvimento em Educação Ambiental.

Ao longo do evento são igualmente divulgados projetos e atividades de investigação, inovação e desenvolvimento em Educação Ambiental e é incentivada a troca de experiências, aprendizagens e boas práticas visando a cooperação nesta área a nível nacional e internacional.