Setúbal Cultura Sem Barreiras - seminário 19 de junho - vereador Pedro Pina

O papel da cultura como instrumento para o desenvolvimento das comunidades, numa altura em que se vivem tempos complexos, por não nos permitirem espaço para reflexão, foi destacado pelo vereador Pedro Pina, da Câmara Municipal de Setúbal, na abertura de um seminário.


“Vivemos tempos complexos e difíceis. Em Setúbal, continuamos a acreditar que a cultura é um espaço fértil para fazermos de uma cidade um espaço mais auspicioso e para olharmos o horizonte com mais confiança”, sublinhou o autarca na abertura do Seminário “Cultura Sem Barreiras”, realizado no dia 19 de junho, no Fórum Municipal Luísa Todi.

O vereador Pedro Pina salientou que “a cultura e as artes contribuem, por si só, para um maior desenvolvimento social”, apontando que “um território rico em cultura é um território mais capaz de enfrentar os problemas, que não se deixa inquietar pela complexidade das nuvens cinzentas do tempo”.

O autarca assegurou que a Câmara Municipal de Setúbal “não baixa os braços” quando o assunto está relacionado à área cultural e, em jeito de reflexão, questionou o porquê de “ano após ano”, continuar a existir “tanta dificuldade para aqueles que fazem da criação artística uma opção de vida”.

O vereador da Cultura realçou que o evento, organizado pelo município, “integra o projeto Setúbal – Cultura Sem Barreiras, que resulta de uma candidatura aprovada pelo POR Lisboa 2020 – Programa Operacional Regional Lisboa 2020”.

Enquadrado no eixo prioritário “Promover a inclusão social e combater a pobreza e a discriminação”, com um investimento superior a 500 mil euros, comparticipado com uma taxa de 50 por cento pelo Fundo Social Europeu, o projeto tem como objetivo a criação de condições para pessoas com diversos tipos de deficiência ou doenças mentais poderem usufruir em pleno dos equipamentos culturais.

Nesse âmbito, Pedro Pina afirmou que o Fórum Municipal Luísa Todi é a “sala mais icónica onde acontece uma parte boa da atividade cultural pela sua dimensão e capacidade e porque tem essa garantia da acessibilidade dos visitantes”.

A chefe da Divisão de Cultura, Mónica Duarte, partilhou a mesma linha de pensamento ao afirmar, num painel intitulado “Equipamentos Culturais Acessíveis”, que a cultura e as artes contribuem para “o aumento do desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar das populações”.

A dirigente apresentou o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto Setúbal – Cultura Sem Barreiras.

“No âmbito da candidatura, a autarquia está a desenvolver um vasto conjunto de iniciativas, distribuídas por quatro áreas complementares. Uma delas é a promoção de práticas inclusivas nos equipamentos culturais, através da conceção de materiais tradicionais e digitais, como exposições com realidade aumentada, site acessível da rede de museus, textos em braille e língua gestual portuguesa e audiodescrição”, salientou.

Já na área “Cultura Inclusiva (atividades de apoio à inclusão social)” estão contempladas ações de teatro terapia e de dança inclusiva, a par de visitas guiadas no âmbito do projeto municipal Memórias, Identidades e Patrimónios.

Outra das áreas de intervenção deste projeto centra atenções em “Estudos e Capacitação (Encontros, Seminários e Workshops)”, em que se enquadram ações, entre outras, como o simpósio Música, Saúde e Bem-Estar, do Festival de Música de Setúbal, e o seminário anual da Semana da Deficiência.

O “Setúbal – Cultura sem Barreiras” conta ainda com uma outra área temática, designada de “Plano de Comunicação Setúbal – Cultura sem Barreiras”, que se traduz no desenvolvimento de um conjunto alargado de campanhas de sensibilização e de informação para a comunidade.

O Seminário “Cultura Sem Barreiras” contou, no período da manhã, com outras intervenções de técnicos da Câmara Municipal de Setúbal, como é o caso de Vanda Rocha.

A técnica do Departamento de Cultura, Desporto, Direitos Sociais, Saúde e Juventude refletiu sobre as boas práticas de acessibilidade em espaços museológicos do concelho e as barreiras ainda existentes.

Já António Ângelo Vasconcelos, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, realçou a importância das artes para a criação de espaços e territórios que não existem.

O docente apontou ainda o bom exemplo do Dança 55+, projeto de dança para seniores que se traduz numa resposta de âmbito social do município com o triplo objetivo de promover o bem-estar físico e mental, fomentar um envelhecimento ativo e salutar e prevenir comportamentos de isolamento da população sénior.

O encontro contou, também, com os contributos de Alexandre Pais, do Museu Nacional do Azulejo, e de Nuno Santos, do Teatro de São Luiz Lisboa – Teatro Inclusivo, que expuseram as boas práticas de acessibilidade nos espaços museológicos lisboetas.