A obra literária, com prefácio da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, aborda a evolução da cidade, com histórias centradas, sobretudo, na comunidade piscatória, mas também em espaços e locais carismáticos da urbe sadina.

Na apresentação de “A Traineira”, evento que lotou a Sala José Afonso da Casa da Cultura, a autarca sublinhou que o autor “conta as histórias de tempos a que se seguiram outros tempos”, naquilo que é “a eterna mudança em que vivem as cidades e que as povoa”.

Maria das Dores Meira realçou o leitor encontra o “ceticismo de quem vê a cidade transformar-se além da sua imediata compreensão”, bem como “a chama do otimismo de que outros tempos virão e da esperança de quem ainda teve tempo de assistir à mudança por que ansiava”

No livro, afirmou a autarca, “ouvem-se as vozes dos pescadores setubalenses, desalentados com a modernidade que, afinal, para eles, foi tudo menos isso, prova-se o sal que fica no cais depois de descarregado o peixe para lota e ouve-se e vê-se as personagens que habitaram a cidade”.

Na apresentação do livro, editado pela Apolo 70, que incluiu apontamentos culturais pela ACTAS – Academia Cultural de Teatro e Artes de Setúbal e por “Os Massacotes”, a presidente da Autarquia elogiou a importância do contributo da obra literária para perpetuar a história e a identidade setubalenses ao longo dos tempos.

“É um espaço de memória, um local no qual reencontramos os tempos que foram nossos e de muitos outros e que nos fazem sentir saudades de nós próprios. Ao mesmo tempo, dão-nos alento para ver o que aí vem, para construir o que queremos que sejam os novos tempos”, frisou Maria das Dores Meira.