“O caminho de fuga é crucial para a segurança de milhares de pessoas que trabalham nesta zona industrializada e garante a segurança e uma melhor prestação do socorro de toda a zona urbana de Setúbal”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira.

“Até agora a única via de acesso à Mitrena, a partir do cruzamento das Praias do Sado, junto da central termoelétrica, era a Estrada Nacional 10-4. Em caso de acidente ou bloqueio desta via, a evacuação da zona e a entrada dos meios de socorro seria seriamente comprometida”, frisou Maria das Dores Meira.

A não existência de um caminho alternativo de acesso à Mitrena, explicou a autarca, constituía “uma das principais vulnerabilidades identificadas na Carta de Risco da Mitrena”, documento elaborado pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros, em parceria com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, e que deverá, muito em breve, ser publicado.

Maria das Dores Meira, reforçando a importância e utilidade prática da criação da via, salientou, igualmente, que o Caminho de Fuga da Mitrena é o “exemplo perfeito do que deve ser a atividade da proteção civil como estrutura de prevenção e planeamento de riscos”.

O responsável do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros, José Luís Bucho, revelou que a criação do Caminho de Fuga da Mitrena, localizado numa “zona sensível” no que concerne ao potencial significativo de ocorrência de acidentes, “era uma ambição com vários anos”.

As obras de construção do caminho de fuga, com um total de 4,2 quilómetros e com um mínimo de 3,5 metros de largura, constituíram um investimento da Autarquia na ordem dos 60 mil euros.

A cerimónia de abertura do Caminho de Fuga da Mitrena contou também com a presença do comandante das Forças Terrestres do Exército, dos comandantes dos bombeiros sapadores e voluntários de Setúbal, da PSP, de representantes das empresas instaladas naquela zona industrial e de membros do Exército.

Iniciadas em março, as obras foram executadas por elementos do Regimento de Engenharia n.º 1 do Exército, no âmbito de um protocolo assinado com a Câmara Municipal de Setúbal.

“Só este apoio e colaboração possibilitou que tenhamos conseguido executar este caminho por um tão baixo preço, assegurado pelo protocolo que assinámos com o Exército Português e que assim quis pôr os seus meios ao serviço da segurança e da prevenção de riscos”, destacou a presidente da Câmara Municipal.

Já o comandante das Forças Terrestres do Exército, o general Amaral Vieira, manifestou o sentimento de dever cumprido. “As intervenções foram um contributo importante para o aumento de segurança em prol da comunidade. Foi uma missão de caráter de interesse público realizada de forma eficiente”, evidenciou o oficial.

Em virtude desta colaboração com os militares, a Câmara Municipal de Setúbal ofereceu ao Regimento de Engenharia Nº 1 do Exército três equipamentos de silvicultura preventiva e diverso material de apoio.

“Este é apenas um símbolo do nosso agradecimento e admiração pela forma como os militares portugueses desempenham as missões de soberania que lhes estão atribuídas, e também estas, de abrir caminhos, que podem parecer, aos mais desatentos, pouco importantes, mas que, na realidade, tornam esta zona mais segura e moderna”, manifestou Maria das Dores Meira.

O Caminho de Fuga da Mitrena, cuja gestão, no futuro, é assegurada pela Proteção Civil Municipal, surge de uma sinergia gerada entre Câmara Municipal de Setúbal, CP, Refer, Portucel e Sapec, empresa responsável pela elaboração do projeto da nova via.

O Caminho de Fuga da Mitrena foi construído com parecer favorável da Reserva Natural do Estuário do Sado, por se encontrar situado no território desta área protegida.