Com o tema “Indústria 4.0 e a Internet das Coisas”, há muito para ver e experimentar na segunda edição do certame tecnológico, organizado em parceria pela E-Code, escola de programação da EDUGEP, a ANPRI – Associação Nacional de Professores de Informática e a AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal, com apoio da Câmara Municipal de Setúbal.

“Estão reunidas todas as condições para termos aqui uma excelente mostra de tecnologia”, afirmou, na manhã de dia 5, a presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, na sessão de abertura do evento, que contou, igualmente, com intervenções do diretor da EDUGEP, António Gonçalves, da presidente da ANPRI, Fernanda Ledesma, e do presidente da AISET, Antoine Velge.

A autarca salientou que a E-Tech, “pelos temas que trata, tem todas as condições para se continuar a afirmar no futuro e a atrair cada vez mais público”, sendo que são esperados mais de 10 mil visitantes na edição deste ano.

Maria das Dores Meira sublinhou o facto de a iniciativa promover “uma forte ligação das empresas à qualificação e à formação, além de valorizar o papel das novas tecnologias no desenvolvimento da economia”, o que pressupõe “recursos humanos qualificados e preparados”, pelo que é necessário “reforçar o papel das instituições de ensino na formação ministrada nesta área”.

A edil garante a “disponibilidade municipal” para participar na organização destes eventos, que, sublinha, devem ser promovidos com o envolvimento de toda a sociedade civil. “É preciso que mais gente se envolva, que mais instituições e empresas queiram promover eventos de interesse público, com óbvios ganhos sociais e económicos para o conjunto da sociedade setubalense.”

A E-Tech junta, no mesmo espaço, uma feira tecnológica, uma conferência com personalidades de reconhecido mérito na área das tecnologias, mais de três dezenas de workshops e vários concursos de robótica, drones, impressão 3D e gaming, o que faz de Setúbal, durante dois dias, “a capital da tecnologia”, referiu o diretor da escola de programação EDUGEP, António Gonçalves.

O responsável não tem dúvidas de que o certame setubalense constitui “a melhor feira tecnológica a sul do Tejo” e que “veio ocupar uma dimensão que não existia em Portugal”, ao conjugar diversas atividades num só espaço.

A organização assume como meta “fazer da E-Tech uma marca de referência para que Setúbal se torne a capital tecnológica do país pelo menos uma vez por ano”.

Um dos objetivos do certame, segundo a presidente da Associação Nacional de Professores de Informática, Fernanda Ledesma, é refletir sobre a necessidade de “diminuir a diferença entre as tecnologias na sociedade e as tecnologias no ensino da informática”, através de um programa que proporciona “o contacto entre as escolas e as empresas para que possam realizar parcerias efetivas”.

Já o presidente da Associação da Indústria da Península de Setúbal, Antoine Velge, reconhece que na região de Setúbal já existe “uma grande colaboração entre a indústria, as escolas de formação e as autarquias”.

No entanto, “para ninguém perder o comboio da revolução digital” há que “identificar este novo tempo como um tempo de oportunidades, de desafios e de reforço da qualificação”.

A seguir à sessão de abertura da E-Tech 2017, que contou também com dois apontamentos culturais pelo ator José Nobre, que encarnou o poeta Bocage, e pelo grupo de percussão Afro-Axé Sant’Iago Olodum, foi inaugurada a feira tecnológica, dividida em zonas temáticas, com mais de cinco dezenas de expositores das áreas de educação, indústria, comércio, startups e associações.

Muitos jovens já enchiam o cais 3 do porto de Setúbal e participavam em diversas demonstrações interativas, nas áreas de robótica, impressão e modelação 3D, realidade virtual e aplicações educativas.

Um dos espaços mais concorridos, com filas de espera, é o Gaming, no qual  é possível experimentar vários jogos e participar em torneios de FIFA 17, LOL (League of Legends) e CS:GO – Counter Strike: Global Offensive.

A componente de feira da E-Tech, com entrada gratuita, a funcionar hoje até as 20h00 e amanhã das 09h00 às 20h00, inclui a Robotech, uma mostra de projetos de robótica e programação aplicados à área da educação.

Estão previstas visitas ao Champimóvel, uma ferramenta tecnológica no domínio da saúde que permite às crianças realizarem uma viagem tridimensional pelo corpo humano, despertando-as para novas áreas de atuação.

Nos espaços E-Tech, Steel Case e Educação, os visitantes podem participar em mais de três dezenas de workshops gratuitos direcionados para o público em geral e outros destinados a públicos específicos, como alunos, professores, diretores de escolas, profissionais da área das tecnologias, empresários e jovens empreendedores.

Apenas o workshop de Introdução à Modelação e Impressão 3 D, que se realiza amanhã, das 11h30 às 13h00, é pago, uma vez que faz parte de uma formação acreditada com a duração de 15 horas, prosseguindo nos dois sábados seguintes, na E-Code.

Há também um concurso Parrot Drone-Tech Challenge, cuja inscrição tem o custo de 50 euros, valor que inclui a oferta de um drone aos participantes.

Durante os dois dias, o evento promove, igualmente, uma conferência de partilha de conhecimentos sobre o que de bom se faz nestas áreas atualmente e de reflexão sobre futuro e o caminho para as novas gerações.

O encontro, duplamente creditado para o Plano de Formação de Professores nas componentes geral e específica de informática, e com certificação no âmbito da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho para o público em geral, conta com a participação de alguns dos maiores nomes da elite tecnológica em Portugal.

De manhã, a conferência contou com um encontro setorial de formadores de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica e, da parte da tarde, entre as 14h00 e as 16h00, realiza-se o painel “Pensar uma Sociedade da Informação Mais Inteligente”, moderado pelo presidente da APDSI – Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação.

Este painel conta com as participações de José Emílio Amaral Gomes e João Rodrigues, daquela instituição, e de Vítor Santos, da NOVA – Information Management School.

Segue-se, entre as 16h30 e as 18h00, o painel “Indústria 4.0, que estratégias”, moderado pelo diretor do Semmais Jornal, Raul Tavares, que tem como oradores Jorge Marques dos Santos, presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, António Mira, da Siemens Portugal, Gisela Garcia, da Volkswagen Portugal – Autoeuropa, António Câmara, da Ydreams, e António Bob Santos, da Agência Nacional de Inovação.

O encontro prossegue na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, com um Moscatel de Honra, às 18h30, um evento de networking e um jantar-convívio.

No dia 6, a conferência inicia-se às 09h30, com o painel “Programação e Robótica: Desafios Educativos”, moderado por António Silva, da Direção-Geral da Educação, que tem como oradores Cláudia Barata, do Agrupamento de Escolas Eduardo Gageiro, Jaime Rei, do Agrupamento de Escolas São Gonçalo, Luís Dourado, do Agrupamento de Escolas Augusto Cabrita, e Sílvia Menezes, do Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja.

Às 12h00, é apresentado o livro de Pedro Coelho “Internet das Coisas”, título de um painel, às 14h00, com Luís Caires e Francisco Martins, ambos da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, João Gomes, da Fundação para a Computação Científica Nacional, João Matos, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, e Rogério Piteira, da empresa Microchip. A moderação está a cargo de João Couvaneiro, da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional.

A entrega de prémios dos concursos Robotech e Parrot Drone-Tech Challenge decorre às 16h45, a que se segue a sessão de encerramento da conferência, às 17h15, com intervenções do diretor da EDUGEP, António Gonçalves, e da presidente da Associação Nacional de Professores de Informática, Fernanda Ledesma.