Exercício Cascade 2019

Setúbal é um dos quatro distritos participantes no exercício europeu de proteção civil Cascade 2019, a decorrer até dia 1, com a simulação de um conjunto de situações de emergência múltiplas que podem ocorrer em efeito de cascata.


Condições meteorológicas adversas no distrito de Aveiro e um evento sísmico que afeta os distritos de Lisboa, Setúbal e Évora, tudo simulado, desencadeiam no exercício Live X Cascade 2019 uma série de ocorrências em cascata, com consequências no edificado e um número significativo de vítimas.

No que diz respeito a Setúbal, os efeitos do sismo, agravados por precipitação intensa e vento forte com rajadas superiores a 100 quilómetros por hora, provocam uma série de ocorrências no território, em particular na península industrial da Mitrena, zona do território particularmente sensível.

No quartel da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, depois de ativada a Comissão Municipal de Proteção Civil, composta por um conjunto de entidades com intervenção nas áreas da proteção, socorro e segurança, assim como diversos serviços camarários, é instalado o Posto de Comando Municipal.

O fenómeno simulado provoca derrames de metanol na Navigator e de hidrocarbonetos na Tanquisado/Eco-Oil, enquanto na EN10-4, junto do Cais da Sapec, um poste derrubado cortou a via de acesso àquela zona industrial, complicando o acesso ao dispositivo de socorro enviado.

O Posto de Comando Municipal, essencial para o sucesso das operações, centraliza as comunicações e faz a ligação com o Posto de Comando Distrital, ponte comunicacional que é testada ao pormenor e que é revestida de particular importância para uma correta gestão dos recursos existentes.

Neste caso, para a ocorrência registada na península industrial, a opção passou por enviar um veículo pesado com um contentor marítimo de 20 pés pela Estrada de Fuga da Mitrena, um caminho secundário e de emergência para acesso àquela zona.

Os efeitos simulados do Cascade 2019 em Setúbal, que provocam também o colapso de várias estruturas em diversos pontos da cidade, motivam a ativação dos planos municipais e distritais de emergência de proteção civil e a emissão, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, de um alerta vermelho para o território.

O elevado grau de gravidade das ocorrências motivam o pedido de auxílio internacional e, pela primeira vez, foi decidido acionar o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

O Cascade 2019, a decorrer até dia 1, é organizado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em colaboração com a Direção-Geral da Autoridade Marítima, sendo cofinanciado pela Comissão Europeia no quadro do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.

No exercício participam equipas de Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Croácia, mobilizando no total mais de três mil participantes, entre portugueses e estrangeiros.

O Cascade 2019 visa testar e treinar a resposta a situações de emergência múltiplas que possam ocorrer em cascata, como sismos, cheias, acidentes químicos, ruturas de barragens e poluição marítima, com mais de seis dezenas de cenários diferentes nos distritos de Lisboa, Aveiro, Évora e Setúbal.