A parada musical começou com um grande concerto sobre o tema “Home”, no Auditório José Afonso, em que alunos de vários níveis de ensino e utentes de instituições como a APPACDM de Setúbal exploraram ritmos a partir de instrumentos tão simples como a voz e pauzinhos, baldes de tinta e garrafões de água vazios, latas de conserva e lápis.

“Hoje, está aqui instalada a casa da percussão, a casa do ritmo. Temos peças com diferentes sonoridades preparadas pelas instituições especialmente para este encontro, todas inspiradas na sua casa, na sua cidade e no mundo, que é a casa de todos nós”, sublinhou Fernando Molina, músico profissional que coordena o megadesfile musical.

Com base no tema central do festival, “Home”, os grupos participantes decidiram temas e formas de atuação, cabendo, a cada um, pequenas atuações individuais antes da performance conjunta conduzida por Fernando Molina.

A casa do fado, a casa dos tamborzinhos, a casa dos ritmos brasileiros e a casa da percussão clássica são exemplos de peças trabalhadas individualmente pelas instituições de ensino e que, esta manhã, se encontraram pela primeira vez para uma atuação conjunta.

“Estou a trabalhar com eles desde janeiro. Visitei todas as instituições, ajudando-os a preparar os seus trabalhos e hoje aqui estamos todos juntos, sem ensaios, sem rede. Vamos ver como corre”, congratulou-se Fernando Molina, antes de dar ordem à APPACDM de Setúbal para iniciar a atuação.

Primeiro, cada grupo atuou individualmente. Depois, seguiu-se o grande momento do espetáculo conjunto.

“Vou fazer duas perguntas. O que é que Setúbal tem? O que é que Setúbal tem?”, atirou Fernando Molina para as quinhentas crianças e jovens que encheram o Auditório José Afonso.

A resposta vem logo de seguida, numa música cantada em uníssono que serviu d mote para iniciar o espetáculo.

“Setúbal, Setúbal tem um festival / Há música no ar / Vamos todos festejar. / Setúbal, Setúbal tem um festival / Há música no ar / Vamos todos bem tocar!”

Depois da canção, Fernando Molina deu a ordem que todos aguardavam. “Toca a agarrar nos instrumentos! Vamos fazer-nos ouvir do outro lado do rio. Força!”

Antes de seguirem para o desfile até ao Fórum Municipal Luísa Todi, acompanhado pelo Executivo municipal, liderado pela presidente, Maria das Dores Meira, por Helen Hamlyn, da fundação financiadora do festival, e pelo diretor artístico Ian Ritchie, ainda há tempo para ouvir três peças tocadas pelo grupo de percussão do Conservatório Regional de Setúbal.

Para a presidente da autarquia, o espetáculo dinamizado pela comunidade escolar no Auditório José Afonso “está cada vez mais aprimorado”, pois “há uma consciência cada vez maior por parte dos professores para integrarem os alunos com mais cuidado e responsabilidade perante a arte”.

A manhã musical dedicada à comunidade escolar é sempre, desde a primeira edição do festival, em 2011, um dos pontos altos na programação do certame, organizado pela A7M – Associação do Festival de Música de Setúbal, com financiamento pela Câmara Municipal de Setúbal, pela The Helen Hamlyn Trust, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Caetano Sport, com o apoio da Antena 1 e 2 e a parceria hotelaria de Solaris Hotel e Mar e Sol.

A edição deste ano teve o arranque no dia 24 com a inauguração de duas exposições na Casa d’Avenida, “Home”, com construção de ambientes, desenho e pintura de Graça Pinto Basto e textos da própria e de Maria João Frade, e “Posters para um Festival”, com propostas para imagens promocionais de alunos da Escola Secundária de D. João II.

Na inauguração das mostras, assistiu-se a música criada por jovens compositores do Conservatório Regional de Setúbal e interpretada pela Camerata do Festival.

À noite, no Fórum Municipal Luísa Todi, Celina da Piedade esteve “Em Casa”, num espetáculo em que dividiu o palco com João Gil, como artista convidado, e com o Grupo Coral Alentejano Os Amigos do Independente, o Coral Infantil de Setúbal e o projeto de percussão Sant’Iago Olodum.