Venham Mais Vinte e Cincos | Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril - Concerto 37.º Aniversário da viagem de Zeca Afonso

Um concerto de fado de Coimbra recordou José Afonso na noite de 23 de fevereiro, em Azeitão, no 37.º aniversário da morte do autor de “Grândola, Vila Morena”, senha do Movimento das Forças Armadas na Revolução de 25 de abril de 1974.


“Ao comemorarmos os 50 anos do 25 de Abril, entendemos associar a estas comemorações o homem e a obra de Zeca Afonso”, disse o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, recordando que o músico e professor de História viveu em Azeitão e deu aulas naquela vila e na cidade de Setúbal. “É com muito gosto que nós estamos hoje aqui”.

O espetáculo com o grupo Coimbra do Sado, formado por residentes em Setúbal, decorreu na Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense – com organização da Junta de Freguesia de Azeitão e os apoios da Câmara Municipal e desta coletividade – e recuperou memórias do cantor da Revolução em Azeitão, onde Zeca Afonso viveu os seus últimos oito anos, até morrer em 23 de fevereiro de 1987 em Setúbal, aos 57 anos.

Em 25 de abril de 2023, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia já tinham prestado homenagem ao cantor, com a inauguração de uma escultura em sua homenagem, no Rossio de Vila Nogueira, na qual está inscrita a frase “Zeca Afonso em Azeitão (1979/1987)”.

A dois meses e dois dias do 50.º aniversário do 25 de Abril, André Martins recordou que a Câmara Municipal elaborou um importante programa de comemorações dos 50 anos da Revolução, recordando que em 2026 cumpre-se outra data marcante, os 50 anos da Constituição da República Portuguesa de 1976.

“São anos muito importantes na nossa vida coletiva. O 25 de Abril de 1974 trouxe mudança, trouxe esperança. Por vezes é preciso mais luta para podermos atingir essas esperanças que ficaram no ar naquele tempo. Algumas já conseguimos atingir, ainda falta percorrer um longo caminho”, sublinhou.

A presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo, recordou o percurso de José Afonso, enquanto professor de História, músico e combatente pela Liberdade, afirmando que o cantor “tinha a certeza de que lutava contra vampiros, esses que comiam tudo e não deixavam nada”.

Considerando que a palavra era “a maior arma que tinha”, a autarca de Azeitão disse que José Afonso “abalou com as estruturas políticas e sociais” da época, tendo escrito letras que “continuam com uma atualidade impressionante”.