As obras, “realizadas em estreita articulação com a Associação de Comerciantes do Mercado do Livramento, com soluções excecionais, recuperam um espaço emblemático para setubalenses e visitantes, que prima pela qualidade dos produtos”, reforçou a autarca na visita, realizada no dia 7.

A cerimónia oficial de reabertura, agendada para as 10h00 de dia 11, conta com a presença do Executivo municipal e de representantes do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e da Associação de Comerciantes do Mercado do Livramento.

Entre as inúmeras novidades existentes no mercado municipal, Maria das Dores Meira destacou “a nova disposição e organização dos comerciantes”, de acordo com as exigências legais em vigor, e a “introdução de um ninho de empresas” no piso superior do edifício, cujas obras são concluídas numa segunda fase. 

A colocação de estátuas que retratam algumas das profissões dos comerciantes foi também vincada pela edil setubalense. “É uma ideia para tornar este espaço ainda mais atrativo e com mais alegria”, sublinhou, explicando que as obras, da autoria do escultor Augusto Cid, foram oferecidas à Autarquia, no âmbito do mecenato, pela Fundação Buehler-Brockhaus.

As obras de remodelação do Mercado do Livramento, que aliam a modernidade à tradição, “incluíram trabalhos de manutenção na estrutura original do edifício e a reformulação total do interior, incluindo todas as redes de infraestruturas”, explicou a coordenadora dos trabalhos, Anete Faria.

A responsável adiantou, ainda, que “todos os novos elementos introduzidos no respeitam as indicações da ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] e funcionam em harmonia” com as estruturas que caracterizam o histórico Mercado do Livramento, edifício inaugurado em 1930, substituindo um imóvel anterior, de 1876.

Os espaços de venda, agora mais amplos e com uma maior visibilidade, possibilitam a expansão de mobiliários e equipamentos, numa altura mínima possível, permitindo uma visão panorâmica e mais aberta do mercado.

As obras no edifício, iniciadas em outubro de 2010, integram uma nova estrutura de betão armado no piso superior, que permite o alargamento da área de lojas, a execução de novas infraestruturas de águas, gás, esgotos e eletricidade, mantendo-se esta última ligada, provisoriamente, ao antigo posto de transformação, até se efetuar a ligação ao definitivo, no final da segunda fase de obras.

Também a estrutura do telhado foi alvo de profundas intervenções, tendo sido removida e colocada uma nova cobertura isotérmica, que melhora, substancialmente, as condições de laboração no interior do Mercado, atenuando os antigos contrastes térmicos sentidos.

Nesta fase, transitam para o interior do edifício os comerciantes que operam no piso térreo do Mercado do Livramento. Como previsto na programação da obra, para mais tarde fica a transferência dos lojistas das galerias do equipamento, espaços que se encontram a ser alvos de intervenções.

A mudança dos operadores para o interior do remodelado equipamento municipal permite arrancar com a segunda fase de intervenções, visando a criação de uma zona técnica no edifício anexo onde a maioria dos comerciantes ficou instalada provisoriamente, adquirido, entretanto, pela Câmara Municipal de Setúbal por 500 mil euros.

A criação da zona técnica contempla um cais de cargas e descargas, que, de acordo com Anete Faria, “vai resolver o problema de trânsito que se verificava nas imediações do edifício do Mercado do Livramento”.

Áreas de gelo e frio, balneários, um refeitório, um espaço para a fiscalização e a instalação de uma compactadora de lixo, são outros trabalhos programados na segunda etapa, que visa, igualmente, terminar o espaço de galerias do interior do mercado.

Os comerciantes que operavam no piso superior, até à mudança definitiva para o interior do mercado, continuam a exercer a atividade profissional em instalações provisórias nas imediações.

Para uma parte do edifício da antiga fábrica de conserveira Gargalo que não será utilizada para a referida zona técnica, a Autarquia também já tem planos. “Estamos em negociações com o proprietário para adquirir aquele espaço e criar uma zona de estacionamento, com dois pisos, de apoio ao Mercado do Livramento”, revelou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal.

O painel azulejar do Mercado do Livramento, que não vai ser retirado do local, seguindo as indicações de técnicos do Museu Nacional do Azulejo, vai contudo continuar protegido durante as delicadas operações de demolição que ainda são necessárias.

Na estrutura que protege o painel azulejar, que, posteriormente, vai ser alvo de trabalhos de recuperação, será colocada uma lona com os desenhos que constam no painel real.

Já o estaleiro de obras, que atualmente está instalado na Rua Ocidental do Mercado, passa para um espaço onde está montada a tenda gigante.

O Mercado do Livramento é o mais emblemático recinto de comércio da cidade, que, pela tradição e qualidade dos produtos, é muito procurado por setubalenses e visitantes.

Apetrechar o equipamento municipal de todas as condições que satisfaçam as exigências legais e criar uma nova dinâmica na própria estrutura do mercado foram imperativos que motivaram esta empreitada, executada pela empresa Alexandre Barbosa Borges.

A empreitada “Requalificação e Modernização do Mercado do Livramento”, do PIVZRS – Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal, constitui um investimento global de 3 milhões, 206 mil e 265,16 euros, com uma comparticipação de 1 milhão, 183 mil e 524,43 euros de fundos comunitários através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.