“Na Fronteira de Timor”, editado em 2015 pela Âncora Editora, é o título da obra do militar que, ao longo da vida, desenvolveu atividade no Exército português.

Natural do Algoz e residente no Pinhal Novo, Palmela, Hélder Tadeu de Almeida, nascido em 1942, concluiu o curso de sargentos milicianos em 1965, tendo sido colocado no Batalhão de Sapadores de Caminhos-de-Ferro, do Exército, no centro de instrução do Entroncamento.

Entre 1967 e 1969, já casado e com uma filha, foi mobilizado para Timor, chefiando equipas de assistência na fronteira com a Indonésia.

Perante uma sala composta por 54 pessoas, Hélder Tadeu de Almeida, acompanhado de Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, e dos coronéis Manuel Barão da Cunha e António Gorrão, falou de algumas passagens do livro.

Além da experiência do contacto com uma cultura distante e um território isolado e com usos e costumes totalmente desconhecidos, descrita numa abordagem pessimista, Hélder Tadeu de Almeida também fala do afeto que sentiu.

Na obra, escrita em jeito de diário de bordo, complementada com fotografias, o autor descreve locais, hábitos, rituais e tradições, comenta episódios de guerra e apresenta espaços e pessoas, terminando com o sentimento de regresso a casa.

“Não estava minimamente preparado para o contacto com uma cultura e um território situados praticamente nos antípodas, nem sequer para montar a cavalo, pois nem tinha sido preparado na Arma de Cavalaria”, descreve Manuel Barão da Cunha, na nota prévia do livro

Depois da apresentação do livro, iniciativa organizada entre Hélder Tadeu de Almeida e a Câmara Municipal de Setúbal, seguiram-se duas atuações pelo coro da Sociedade Filarmónica União Agrícola do Pinhal Novo, que atuaram em tétum, língua oficial de Timor-Leste.