O texto aponta que se assiste a uma “regressão brutal dos direitos laborais conquistados ao longo de décadas de luta”, a um “constante agravamento das condições de vida dos portugueses, com a diminuição dos apoios sociais às famílias, e a políticas que favorecem a redução dos rendimentos, a par de uma completa desregulação dos transportes públicos, da energia e de bens essenciais”.

Os elevados índices de desemprego, “que regista hoje a taxa mais elevada dos últimos vinte anos”, está a afetar muitas mulheres, que, deste modo, salienta a moção, “perdem autonomia e são forçadas a questionar o progresso arduamente conquistado no último meio século”.

O texto considera que continua a haver discriminação das mulheres, nomeadamente em termos de “efetivação e cumprimento dos direitos de maternidade e de acesso ao emprego”, e quanto à proteção social, na velhice, na invalidez e no desemprego.

“Continuamos, pois, a ter todas as razões para assinalar o Dia Internacional da Mulher, recordando sempre os progressos alcançados, mas também o que falta fazer e as regressões que, hoje como nunca, nos são impostas por agentes externos que condicionam injusta e ilegitimamente a nossa soberania nacional”, sublinha a moção.

Jaime Graça na toponímia de Setúbal

A Câmara Municipal apresentou, também em reunião pública, um voto de pesar por Jaime Graça, falecido recentemente, em que anuncia a intenção de atribuir o nome do antigo futebolista a uma rua da cidade.

O voto destaca que Jaime Graça, “sadino e futebolista de destaque”, foi “um homem que levou sempre mais longe o nome da sua terra, o nome do seu clube, o Vitória, onde começou a jogar aos 17 anos”.

A “longa e proveitosa” vida desportiva é enaltecida no documento aprovado, destacando que “ficará, para sempre, na memória dos setubalenses como grande jogador, mas também como alguém que sempre amou a sua terra”.

O voto de pesar recorda ainda as palavras do jornalista António Elias, na notícia do falecimento do jogador publicada no jornal “O Setubalense”, em que Jaime Graça é recordado como o “capitão” vitoriano que levantou a Taça de Portugal que os sadinos arrebataram ao Benfica na final de 1965 e, no ano seguinte, foi “figura de proa” dos “Magriços” que disputaram o Mundial de Inglaterra, tendo realizado todos os jogos.