Com os padrões da música pop e rock remetidos mais para o obscuro, o Lado B voltou a dar espaço a projetos rítmicos inovadores em que a vanguarda quase impossibilita a caracterização das atuações através dos convencionais estilos musicais.

Mais de uma centena de pessoas fizeram questão de marcar presença na edição de 2014 do festival organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, em parceria com a Sociedade Musical Capricho Setubalense, e que trouxe, no dia de abertura, 5, o pianista Tiago Sousa, que apresentou um conjunto de temas em que se destaca uma musicalidade híbrida de erudição e jazz.

Com a Casa da Cultura a receber todos os espetáculos, o programa incluiu, ainda, uma oportunidade rara de se assistir ao vivo ao projeto Timespine, desenvolvido por Tó Trips, que toca dobro e percussão, Adriana Sá, zither e eletrónicas, e John Kalima, baixo elétrico.

O projeto setubalense Vaiapraia, de voz e piano e estilo cantautor e lo-fi, abriu o serão de dia 6, em que também atuou o grupo A Jigsaw, de blues e folk.

Charlie Mancini fechou o cartaz de concertos, com um espetáculo no dia 7 em que, de improviso, reinventou as bandas sonoras de clássicos do cinema mudo.

O Lado B dedicou também “tempo de antena” à sétima arte, nomeadamente com a projeção do documentário “Uivo”, de Eduardo Morais, dedicado ao radialista António Sérgio, autor de programas como “Som da Frente” e “A Hora do Lobo”.

Este evento apresenta-se como uma alternativa Círculo de Jazz de Setúbal, realizado em outubro e organizado também pela Câmara Municipal, mas em parceria com a Capricho Setubalense e a associação Experimentáculo.