Mais do que um espetáculo cénico pronto a ser consumido, o objetivo de Luís Miguel Cintra e do grupo de atores que o acompanha, também anteriormente ligados ao Teatro da Cornucópia, é criar um projeto que privilegia a relação com o público, através do contacto com a comunidade local em várias cidades do país.

O projeto, que teve um primeiro bloco de trabalho em abril, no Montijo, consiste numa partilha com o público de sessões de trabalho, de participação gratuita, das diferentes fases de preparação do espetáculo.

A peça escolhida para construir o evento, dividido em quatro partes, é uma adaptação da tradução portuguesa do séc. XVIII da obra-prima da história do teatro universal “D. João”, de Molière.

Após a primeira parte, “A estrada (da vida)”, na qual D. João está em fuga, com o criado Esganarelo, após ter matado o pai de uma das amantes, Setúbal assiste à preparação e à apresentação de “O mar (e de rosas)”, com os dois protagonistas envolvidos noutra aventura junto do mar.

Uma conversa sobre diferentes formas de levar os clássicos à cena, a ter lugar a 24 de junho, pelas 21h30, na Galeria Municipal do Banco de Portugal, é a primeira sessão aberta ao público deste segundo bloco de trabalho de “Um D. João Português”.

No dia seguinte, no mesmo local, com início às 16h00, há uma leitura do texto de “O mar (e de rosas)”, para ser comentada e debatida com o público.

A 3 de julho tem início uma residência artística de duas semanas, no cais 3 de porto de Setúbal, que inclui um ensaio aberto no dia 8, às 16h00, e duas apresentações da peça, a 15 e 16, às 21h30.

Os interessados em participar nos diversos momentos devem fazer inscrição prévia, através do endereço companhiamascarenhasmartins@gmail.com.

Depois de Setúbal, o projeto segue para Viseu, em setembro, e Guimarães, em janeiro. No fim do trabalho com a quarta cidade, o grupo de artistas regressa a cada um dos locais para apresentar a sequência total da peça “Um D. João Português”, num espetáculo que, em Setúbal, terá lugar no Fórum Municipal Luísa Todi.