Presidente da Câmara, André Martins, descerra lápide na inauguração do núcleo de Setúbal da Refood

O presidente da Câmara Municipal, André Martins, afirmou em 11 de maio que a inauguração da nova sede do núcleo de Setúbal da Refood, em instalações cedidas pela autarquia, enquadra-se na estratégia de melhoria das condições de trabalho das associações no concelho.


“É mais um passo para cumprir o nosso compromisso com as populações de Setúbal, neste caso na Junta de Freguesia de São Sebastião”, afirmou o autarca ao fim da tarde, na cerimónia de inauguração da sede, situada em instalações municipais no Bairro 2 de Abril.

Associação sem fins lucrativos com o estatuto de instituição particular de solidariedade social, a Refood tem como principais objetivos evitar o desperdício alimentar, combater a fome e promover a inclusão, resgatando excedentes de comida para depois fazer a sua distribuição pela população mais carenciada.

André Martins recordou que nos últimos anos o município investiu “dezenas de milhões de euros” na recuperação de “dezenas de equipamentos” do património cultural, mas as associações de cariz social, cultural e desportivo foram uma componente da sociedade “que não tinha sido privilegiada”.

Por isso, recordou, na sua candidatura à liderança da Câmara Municipal de Setúbal, assumiu “o compromisso” de lhes dar as condições “para fazerem melhor o seu trabalho”.

O autarca revelou-se “muito satisfeito” por, com a inauguração da sede da associação solidária Refood Setúbal, se estar “a dar mais um passo em direção a cumprir esse compromisso”, num “trabalho em colaboração estreita” com a Junta de Freguesia de São Sebastião.

Ao considerar que o trabalho desta associação se traduz num “serviço público para a comunidade”, André Martins agradeceu às empresas que para ele contribuem, a disponibilidade e o empenhamento dos voluntários e à Refood “por ajudar a Câmara Municipal a cumprir a missão de servir as populações”.

O núcleo da Refood em Setúbal envolve 130 voluntários, oito parceiros fornecedores de bens alimentares e sete rotas diárias de recolha de alimentos, apoiando presentemente quatro instituições e 45 famílias, num total de cerca de 160 pessoas, 45 por cento das quais são crianças.

Os excedentes alimentares são recolhidos diariamente nas sete rotas e entregues no Centro de Operações da Refood Setúbal, que resgata em média três a quatro toneladas de comida por mês, a qual é entregue a instituições e famílias.

O presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa, reconheceu a importância do trabalho da associação e lembrou que o processo para se encontrar uma nova sede começou há cerca de um ano, quando, numa reunião pública do programa “Ouvir a População, Construir o Futuro”, os seus membros manifestaram a preocupação por terem de deixar o espaço que então utilizavam.

Depois de a Câmara Municipal encontrar instalações para disponibilizar à Refood Setúbal, a Junta de Freguesia de São Sebastião e a União das Freguesias de Setúbal colaboraram na sua adaptação às necessidades da associação.

“Pudemos participar, ajudámos nas obras e noutras circunstâncias”, disse Nuno Costa, agradecendo à associação por “ajudar a cumprir a missão” da Junta de Freguesia “no reforço do tecido social” do território, que tem “algumas necessidades”.

A coordenadora da Refood Setúbal, Maria Mateus, sublinhou que o momento era “muito feliz” para, referindo-se aos aperitivos servidos na cerimónia, notar que “é possível apresentar uma ‘mesa bonita’ com excedentes alimentares e reencaminhá-los para as pessoas que precisam”.

Destacando que os voluntários da Refood Setúbal “fazem a diferença”, porque “saem de casa às 11 da noite para resgatar alimentos”, agradeceu à Câmara Municipal pelo novo espaço. “Aqui é possível crescer e aqui vamos ser felizes.”

O fundador e presidente da Refood nacional, Hunter Halder, considerou que, por passar a ter “o seu espaço”, o momento era de grande importância para a equipa do núcleo de Setúbal, realçou “a natureza do Movimento Refood” como sendo feito por “cidadãos que fazem a ponte humana entre excesso e necessidade” e recordou que “todas as comunidades têm comida que vai para o lixo”.

Após lembrar a existência de famílias “que estão sempre em crise” e que a Refood “nasceu na crise financeira de 2008/2010”, à qual se seguiram as da pandemia, da guerra e da inflação, sublinhou que “o trabalho é 100 por cento voluntário e depende de parcerias”, porque toda a comida também é doada, razão pela qual “o modelo é muito eficaz e vale a pena replicar”.