Investigações históricas de Albérico Afonso sobre Setúbal, o Estado Novo e o 25 de Abril passaram a integrar arquivos das bibliotecas escolares do concelho

A Câmara Municipal de Setúbal entregou no dia 7 de março às bibliotecas escolares do concelho exemplares de três livros do historiador Albérico Afonso, sobre a resistência ao fascismo e o período após a revolução de 25 de abril de 1974 na região de Setúbal.


“Era muito importante que estes livros passassem para as bibliotecas escolares, para que os alunos, professores e demais trabalhadores das escolas tenham acesso mais fácil à informação. Assim também estamos a cumprir Abril”, disse o presidente da Câmara Municipal, André Martins, na cerimónia realizada na Biblioteca Municipal de Setúbal.

Foram distribuídos pelas 42 bibliotecas de todas as escolas de ensino público do concelho os livros “Setúbal, Cidade Vermelha (1974 | 1975)”, “Setúbal sob o Estado Novo – A Resistência a Salazar e a Caetano, Vol. I 1933 | 1949”, “Setúbal sob o Estado Novo – A Resistência a Salazar e a Caetano, Vol. II 1950 | 1974”.

“Setúbal, Cidade Vermelha” retrata os 19 meses entre 25 de abril de 1974 e 25 de novembro de 1975, período que abarca o denominado PREC – Processo Revolucionário em Curso, que Setúbal atravessou de forma intensa, enquanto os dois volumes de “Setúbal Sob o Estado Novo – A Resistência a Salazar e a Caetano” abordam os movimentos que marcaram a resistência ao fascismo na região de Setúbal.

André Martins salientou que “as gentes de Setúbal marcaram os momentos mais importantes da história de Portugal” e, recordando que este ano se celebra o 50.º aniversário do 25 de Abril, que deu ao país liberdade e democracia, desejou que “a mensagem de esperança se prolongue no tempo” com as iniciativas comemorativas promovidas por Câmara Municipal, juntas de freguesia e movimento associativo.

O presidente da Câmara apresentou Albérico Afonso como “um setubalense que é conhecido e reconhecido por todo um trabalho muito focado em Setúbal”, tendo depois o historiador agradecido à autarquia “por se ter associado à edição destas investigações”, felicitando-a ainda “pelo seu empenho na valorização do património histórico-cultural” da comunidade.

O investigador considerou que a memória e a história são pilares fundamentais de cidadania e defendeu que não se deve permitir “um apagão da história”, apontando como objetivo fundamental das investigações que estiveram por detrás dos três livros “contribuir para preservar a memória” da comunidade setubalense.

“Para que nenhum dos nossos jovens e crianças se sinta estrangeiro na sua própria terra. Para que quem escolheu Setúbal para viver não se sinta estrangeiro na terra que escolheu para viver”, disse.

A sessão começou com um momento cultural em que alunos da Escola Básica e Secundária Lima de Freitas tocaram e cantaram duas músicas, recordando Zeca Afonso, e outros da Escola Secundária D. João II declamaram poesia relacionada com o 25 de Abril e os seus valores.