Seminário | Viver e Conviver com o Autismo

A necessidade de uma reflexão conjunta sobre o autismo e de reforçar o combate à desinformação e aos estereótipos associados a este transtorno neurológico foi defendida, na manhã de dia 14, pela vereadora Rita Carvalho, da Câmara Municipal.


“Sabemos que o caminho se tem feito, e que muito se tem avançado, mas estou certa de que, ao longo deste dia, ficará claro que uma das mais fortes barreiras que urge ultrapassar é a barreira da falta de informação, do desconhecimento”, afirmou Rita Carvalho na abertura do seminário “Viver e Conviver com o Autismo”, realizado no Instituto Politécnico de Setúbal.

A autarca enalteceu a ação e a “coragem, dedicação e resiliência” da APPDA – Associação Portuguesa para as Perturbações do Autismo e Desenvolvimento de Setúbal, entidade organizadora do encontro, sublinhando que esta é responsável por uma sociedade mais justa e mais informada.

A vereadora registou a estreita colaboração da autarquia, assim como do Grupo Concelhio para as Deficiências e Incapacidades, com a APPDA “em diversas iniciativas e projetos, por via da cedência de apoio logístico, técnico e financeiro, com disponibilização de acesso à utilização de equipamentos municipais e a transportes, entre outros”.

Rita Carvalho assegurou que o município “vai continuar a trabalhar pela dignificação da pessoa com autismo, pelo combate ao estigma, pela literacia e, sobretudo, por uma sociedade mais justa onde todos e todas têm direito a ter direitos”, algo que, considera, deve ser refletido em conjunto.

“Este seminário retrata, sem dúvida, a importância de se refletir sobre estas matérias, uma reflexão que deve ser coletiva entre profissionais de diferentes áreas, pessoas com autismo e suas famílias e a comunidade em geral para que se possam partilhar preocupações, desafios e expectativas.”

O presidente da APPDA, Jorge Bernardo, reconheceu o apoio concedido ao longo dos anos pela Câmara Municipal de Setúbal, com a qual assinou, no passado dia 12 de julho, a escritura de cedência do direito de superfície de um terreno para a construção de um equipamento social.

“Este equipamento, localizado em terreno cedido pela Câmara Municipal, pretende vir a ser o nosso RESPIRO – Lar Residencial e Centro de Atividades Ocupacionais. E é a nossa certeza de que, por motivos de incapacidade ou morte dos pais, as pessoas com autismo têm uma resposta adequada”, sublinhou Jorge Bernardo.

O dirigente associativo, que alertou para o que ainda falta fazer, a nível nacional, para a integração das pessoas com deficiência, destacou a importância do seminário para “a procura das melhores respostas que promovam o desenvolvimento, a inclusão e a qualidade de vida das pessoas com autismo e as famílias”.

A sessão de abertura do seminário contou com a presença da secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, que apontou a necessidade de projetos que promovam a autonomia de pessoas com deficiência face à família.

José Lúcio Gomes, da direção da Federação Portuguesa de Autismo, defendeu, além de planos eficazes para a inclusão, a necessidade de programa educativo para alunos com necessidades especiais, baseado na “ética, empatia e solidariedade”.