Natural do Alentejo, Heliodoro Sanguessuga, que comemorou no dia 17 de maio 79 anos, dedicou grande parte da vida profissional ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal, onde foi o primeiro médico neurologista e fundador do serviço dedicado a esta especialidade.

“Este é um daqueles nomes que várias gerações de setubalenses reconhecem à primeira, pela simples razão de que foi médico de muitos dos que aqui nasceram ou escolheram esta cidade para viver. Fez nome na cidade, fez de Setúbal, por muitos anos, a sua terra”, sublinhou o vereador Pedra Pina, da Câmara Municipal de Setúbal.

O autarca agradeceu, “em nome da cidade”, a carreira profissional do médico e tudo o que este fez por Setúbal, bem como o “permanente interesse neste hospital, onde foi o primeiro neurologista”.

Pedro Pina realçou que a sessão de homenagem a Heliodoro Sanguessuga destaca “o mérito de um homem que, ao longo da sua vida, foi muito mais do que um médico”, pois “foi, acima de tudo, um amigo dos seus doentes, foi alguém com quem se pôde contar sempre”.

O vereador foi um dos oradores na sessão de abertura, que contou também com intervenções do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal, Manuel Roque, e dos diretores dos serviços de Neurologia, Rui Matos, e de Medicina Interna, Amadeu Lacerda, além de amigos e de antigos colegas do homenageado, aposentado há 15 anos, como os médicos Machado Luciano, Pinto Marques e Delfim Lopes.

Para Manuel Roque, que ressalva nunca ter trabalhado com Heliodoro Sanguessuga, esta é “uma justa e afetuosa homenagem” que nasce “do profundo reconhecimento pelo muito que legou, ao longo de mais de vinte anos de serviço, ao Hospital de São Bernardo”.

O responsável sublinhou que o facto de a unidade hospitalar setubalense ser reconhecida como “uma das que melhor abordam as patologias neurológicas no país” deve-se, em grande parte, ao trabalho do primeiro diretor do Serviço de Neurologia.

“O Dr. Heliodoro construiu uma parte da história do nosso hospital, por isso ficará para sempre guardado na história da instituição”, vincou.

Palavras de agradecimento e de reconhecimento surgiram também do atual diretor do Serviço de Neurologia, Rui Matos, que, apesar de nunca ter trabalhado com Heliodoro Sanguessuga, confessa que sempre ouviu testemunhos acerca das suas características como “homem simpático, íntegro e muito dedicado aos doentes”.

Já Amadeu Lacerda, que trabalhou durante muitos anos com o homenageado, destacou a “personalidade rica e multifacetada do homem e médico”, enquanto Machado Luciano, antigo diretor clínico do S. Bernardo, acentuou o facto de Heliodoro Sanguessuga “ter deixado muitos amigos que hoje reconhecem a sua obra e dedicação ao hospital e aos doentes”.

A sessão contou ainda com duas palestras sobre o “Início da Doença de Alzheimer”, por Alexandre Mendonça, e “A Música e as Neurociências”, por Barros Veloso.

No final, na sala de sessões do hospital, foi descerrada uma lápide comemorativa da homenagem a Heliodoro Sanguessuga.

 

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