O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, considerou em 22 de março, na sessão solene do 45.º aniversário da instituição, que a Liga dos Amigos das Terceira Idade é uma força constante no apoio aos idosos e aos jovens na região.
“Muito teríamos para dizer do que são estes 45 anos em que a LATI é uma força constante na nossa região no apoio aos idosos, aos jovens e não só”, disse o presidente da Câmara, acrescentando ser “bem conhecido o papel que a LATI tem desempenhado” no concelho e na região nos últimos 45 anos e sublinhando o “elevado e extenso reconhecimento público e social de que esta instituição é alvo”.
O autarca destacou a “abnegação” de todos os dirigentes desta instituição de solidariedade social, “que ganhou lugar insubstituível na região”, por ajudar a “construir uma cidade e uma sociedade mais justa, onde seja melhor viver”, e realçou a “extraordinária obra realizada desde os tempos em que os serviços da LATI funcionavam num enorme pré-fabricado de madeira”.
Por isso, André Martins saudou “muito calorosamente” os dirigentes que souberam manter viva e fazer crescer a instituição em dimensão e qualidade. “Aqui há obra. Uma obra que não é apenas visível nos edifícios ou nas instalações que, nestes 45 anos, a LATI soube edificar. Há uma obra invisível, mas que é manifesta no que se faz pelos outros”, afirmou
O presidente da Câmara recordou que a LATI “nasceu apenas da vontade popular naqueles primeiros anos da revolução” que em 2024 celebra 50 anos, com pessoas que “se uniram e conjugaram esforços para, num país em que o apoio social aos idosos era praticamente nulo, criarem condições para dar aos que trabalharam uma vida inteira o resto de uma vida digna, com qualidade”.
Notou, no entanto, que os tempos atuais são de “regressão” em áreas como a habitação, o Serviço Nacional de Saúde, a educação e “noutros serviços essenciais do Estado cujos trabalhadores têm sido desprezados em função de umas contas certas que, afinal, não se sentem nos salários e nos bolsos das pessoas”.
Lembrou que a Câmara Municipal está a dar “um contributo para minorar” o problema da habitação, tendo em curso um processo para “construir mais habitação nova e reabilitar as casas municipais arrendadas e que há muito deviam ter sido beneficiadas”, num investimento de quase 200 milhões de euros com o apoio de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O presidente da direção da LATI, Sertório Herrera, disse que naquele dia passavam 45 anos sobre a criação formal da instituição, mas recordou que o início da sua existência “deu-se alguns anos antes, na sequência do efervescente movimento associativo que se gerou com o 25 de Abril de 1974”.
Tudo começou quando “um grupo de quatro mulheres do Bairro Humberto Delgado” começou a prestar apoio a famílias carenciadas de forma gratuita, “especialmente a idosos, solicitando bens de primeira necessidade a quem tinha para dar a quem deles mais necessitava”, além de prestar ajuda na sua higiene pessoal e habitação.
Sertório Herrera notou que hoje, nas várias áreas da sua intervenção social, a LATI contribui “para a melhoria das condições de vida, educação, formação, integração social e saúde de milhares de utentes e suas famílias”, prestando atualmente serviços a mais de três mil pessoas.
Numa cerimónia que contou com a presença dos presidentes das juntas de freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e de São Sebastião, Luís Custódio e Luís Matos, bem como de Cristina Lira, em representação do Centro Distrital de Segurança Social, a LATI entregou medalhas e diplomas aos trabalhadores com 15, 25 e 35 anos de serviço.
Luís Custódio considerou “muito importante” que instituições sem fins lucrativos, como esta, “contribuam para que os mais pequenos possam crescer e os mais velhos possam viver mais anos”, enquanto Luís Matos destacou que a LATI foi “fundada de mangas arregaçadas por quatro mulheres” e hoje “é conhecida pelo apoio que dá à comunidade sénior e aos jovens ou pelo apoio domiciliário”.
