O tema da mostra é igualmente título do livro, apresentado no dia 5 pelo MDM – Movimento Democrático de Mulheres, que aborda as questões debatidas na conferência internacional sobre o tráfico de mulheres realizada em fevereiro do ano passado no Centro de Informação Urbana de Lisboa.

A publicação foi apresentada por Regina Marques, da MDM, e contou, entre outros, com a presença do vereador Manuel Pisco.

Ao longo de 12 painéis, palavras como violação, tortura, prostituição e exploração são utilizadas para refletir sobre um flagelo que incide, sobretudo, sobre em mulheres e crianças.

No âmbito do projeto “Romper Silêncios”, iniciado em outubro de 2011, o Movimento Democrático de Mulheres dá a conhecer o perfil das vítimas de tráfico para exploração sexual em Portugal – mulheres, com idade média de 29 anos, estrangeiras –, de acordo com o relatório de 2009 sobre tráfico de seres humanos.

Em todo o mundo, estima-se que 40 a 42 milhões de pessoas se prostituem, sendo 80 por cento mulheres e raparigas, 75 por cento com idades entre 13 e 25 anos. Nove em cada dez dependem de um proxeneta e perto de 70 por cento apresentam sintomas de síndrome de stress pós-traumático.

Pode ainda ler-se que 25 por cento dos homens consideram “ridículo” o conceito de “violação” da mulher na prostituição.

O MDM sugere que, de forma a desocultar o fenómeno da prostituição na sociedade portuguesa, os conceitos instituídos sobre o tráfico e a exploração sexual “devem ser desconstruídos” e construídos sobre novas e concretizadas políticas.

A criação de uma linha SOS de apoio ao tráfico e às vítimas de prostituição, a isenção de taxas no Serviço Nacional de Saúde e a implementação de redes públicas de casas-abrigos para as vítimas de tráfico e da prostituição são algumas sugestões patentes.

A estas acrescentam a execução de campanhas de sensibilização em locais estratégicos, incluindo pontos de entrada e saída do País, além da inclusão do tema da igualdade nos manuais escolares.

“Tráfico de Mulheres: Escravatura dos Tempos Modernos” está patente até dia 26 e pode ser visitada de terça a domingo a partir das 10h00. A Casa da Cultura encerra à meia-noite de terça a quinta-feira, à 01h00 à sexta-feira e ao sábado e às 20h00 ao domingo.

Além da apresentação do livro sobre a conferência internacional, encontro que pretendeu envolver as mulheres portuguesas e os agentes políticos e sociais numa luta para a igualdade, proteção, emancipação e progresso social, outra iniciativa está agendada para  dia 11 de setembro.

Trata-se do documentário “Rotas de Ilusão”, de Clara Angeiras e Glysia Nogueira, em exibição às 21h00 na Sala José Afonso da Casa da Cultura, seguida de debate sobre o tráfico humano, uma das atividades criminosas mais lucrativas.