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O evento “Tesouros de Setúbal” abriu as portas do Arquivo Municipal de Setúbal à população na manhã de 26 de março, numa ação lúdica que incidiu na construção de um friso cronológico que destaca alguns dos acontecimentos fundamentais da história local do município, facultando-se igualmente uma visita que dá a conhecer este espaço


Nesta iniciativa coube ao público compor cronologicamente um mural, que, uma vez completado, faz-nos percorrer um período histórico que se inicia com uma então Setúbal medieval em que é mostrada a obtenção do foral de elevação a vila concedido pelo Mestre da Ordem de Sant’Iago, D. Paio Peres Correia, no ano de 1249.

Com doze temas distintos, o painel culmina na celebração da república mostrando-se com a atualização do brasão da cidade, em 1922, e o lançamento da primeira pedra para a construção do Porto de Setúbal, em 1930. Pelo meio, é possível visualizar ainda o assento de batizado de Manuel Maria Barbosa du Bocage, ou o registo de casamento de Luísa Todi, reproduzidos a partir de documentos originais.

Este evento, organizado pelo Serviço Educativo do Arquivo Municipal, integrou igualmente as comemorações do m@rço28, que celebra o mês da juventude, contando com a colaboração ao Instituto Politécnico de Setúbal, e foi ainda possível ao público conhecer os vários espaços que compõem o Arquivo Municipal, agora a funcionar na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, no número 52.

A participante Catarina Costa, estudante de História na Faculdade de Letras de Lisboa, referiu que soube desta iniciativa através das redes sociais, sendo que “o apelo sobre a História bem como a possibilidade de conhecer o novo espaço onde funciona o arquivo foram motivos mais do que suficientes para passar a manhã de sábado” frisando ter-se surpreendido pela positiva, essencialmente pela importância dos documentos mostrados.

Igualmente satisfeito por conhecer o novo espaço, Filipe Soares, aluno de Animação Sociocultural no Instituto Politécnico de Setúbal, enalteceu a iniciativa que permite complementar e aprofundar o conhecimento sobre a história local.

Durante a visita guiada, conduzida pelo responsável pelo Arquivo Municipal, Joaquim Moreira, este destacou que cabe ao serviço que dirige não só a guarda e preservação documental, mas também a importância da disponibilização da mesma. “Não é só ter os documentos mas projetá-los para toda a sociedade.”

Este trabalho é feito continuamente, explicou, através de vários processos distintos de digitalização sendo os documentos posteriormente alojados na plataforma da internet própria do arquivo, consultáveis em https://xarq.mun-setubal.pt/x-arqweb/. “Com estes processos estamos a preservar o documento imortalizando-o para as gerações futuras”, explicando, ainda, que assim se protege o documento, que deste modo deixa de ser manuseado, com todos os riscos de danificação inerentes, “já que até a exposição à própria luz contribui para a sua deterioração”.

Nuno Soares, responsável pela área do Serviço Educativo, destacou que importa “desmistificar a ideia de que o arquivo é um lugar escuro e morto e onde se largam documentos avulsos quando a realidade demonstra claramente toda a vivacidade e pertinência destas fontes de informação primárias”.

Os documentos arquivados são fontes primárias que importa preservar “já que são únicos e irrepetíveis”. Além de iniciativas pontuais como esta, o Serviço Educativo promove ações e oficinas diversificadas e que são essencialmente dirigidas à comunidade educativa com eventos pensados e destinados a alunos logo a partir do grau pré-escolar.

Estas ações e oficinas decorrem ao longo de todo o ano e vêm contribuir para o gosto pela história local, promovendo-se igualmente ateliers para ocupação de tempos livres nas férias do Natal, carnaval, páscoa e verão.