“Setúbal: Cidade Europeia do Desporto 2016, e agora?” foi o mote da iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal no âmbito do m@rço.28, programa que assinala localmente o Mês da Juventude.

O vereador com os pelouros da Juventude e do Desporto, Pedro Pina, o bailarino profissional Bruno Abreu, os embaixadores de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016 Simone Fragoso e Ângelo Pais, a concorrente do Concurso de Fotografia “Dá Cá 5! Give Me 5!” Catarina Pires, a voluntária Ana Catarina Neves e um jovem setubalense com projetos na área do desporto, Rafael Heneni, compuseram o painel de convidados, moderado pela formadora internacional Ana Morgado.

A eles juntaram-se, no público, numa reflexão sobre o legado deixado pelo intenso programa desportivo que dinamizou a cidade no ano passado, mais de quatro dezenas de jovens, entre dirigentes de associações juvenis, atletas e voluntários e embaixadores da Cidade Europeia do Desporto.

Uma ideia comum a todos é a de que o programa contribuiu para projetar o nome da cidade e aumentar a prática desportiva, tendo em conta que, nos mais de trezentos eventos realizados ao longo do ano, juntou meio de milhão de pessoas entre atletas e público.

“Acreditavam, há cerca de um ano e meio, que Setúbal poderia ser Cidade Europeia do Desporto? Muitos de nós diriam que não era possível, que não tínhamos condições para tal”, refletiu o vereador Pedro Pina.

O autarca considera que 2016 foi “uma marca decisiva para o país, para a Europa e para o mundo”, pois “demonstrou que Setúbal tem capacidades e muita gente capaz de se afirmar pelo seu potencial”.

Ana Catarina Neves, uma das voluntárias que contribuíram para a organização de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016, e Rafael Heneni apontaram que a diversidade desportiva, que “muitas pessoas desconhecem, porque não passa nas televisões”, e o facto de Setúbal “ter provado que consegue organizar eventos de grande dimensão, de nível internacional”, são os legados mais importantes que ficam.

Também Simone Fragoso e Ângelo Pais consideram que Setúbal “deu o exemplo a outras cidades e mostrou que tem muito para dar”, algo que deve funcionar como “um impulso para dar continuidade ao trabalho realizado”.

Já entre o público presente foi consensual a ideia de que Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016 contribuiu para uma mudança de mentalidades, como constatou Duarte Costa, da Associação Académica do Instituto Politécnico de Setúbal. “Vemos cada vez mais pessoas, sobretudo jovens, a praticar várias modalidades. Os ginásios estão cheios e há muita gente a correr e a caminhar nas ruas.”

Por tudo isto, o vereador Pedro Pina destaca que 2017 é a confirmação de que Setúbal continua a ser Cidade Europeia do Desporto. “Já temos muitos eventos calendarizados para este ano em resultado do sucesso do ano passado. As federações gostaram tanto que quiseram voltar.”

Um dos exemplos é o protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Setúbal e a Federação Portuguesa de Rugby, no âmbito do qual a final da taça da modalidade realiza-se em Setúbal em três edições seguidas.

Outros exemplos são o regresso da Volta a Portugal em Bicicleta e da etapa mundial de natação em águas abertas, além da realização de uma competição de triatlo longo, a Setúbal Triathlon, agendada já para 9 de abril.

“Há um legado gigantesco que fica. Crescemos todos com a Cidade Europeia do Desporto 2016, mas o caminho apenas se iniciou”, afirmou Pedro Pina, para salientar que uma das principais marcas é “aquela que fica no desporto escolar”, que quase duplicou em termos da taxa de participação dos alunos.

“O público das escolas não se esquecerá das iniciativas em que participou. Além disso, agora quase todas as modalidades querem ir às escolas fazer demonstrações”, adiantou. “Como vamos selecionar as modalidades para que as crianças tenham essa experimentação? Vamos sempre valorizar os desportos relacionados com a serra e com o rio. Essa é a nossa grande aposta.”

Após o período de debate sobre as marcas deixadas pelo programa desportivo de 2016 na cidade, a moderadora do Fórum da Juventude, Ana Morgado, dividiu o público em dois grupos. Um refletiu sobre o que se poderia ter feito melhor em 2016, o outro sobre como dar continuidade ao programa.

Um reforço da estratégia de divulgação dos eventos, para “levar as pessoas a sentirem-se mais incluídas e a participarem nos eventos”, e “um maior ênfase nas artes marciais” foram as propostas transmitidas pelo primeiro grupo.

Quanto ao grupo que debateu o futuro e sobre como Setúbal deve dar continuidade ao trabalho realizado em 2016, entre as principais propostas figuram a construção de um pavilhão multiusos para a prática de diversas modalidades e de um skate park.

A criação de uma rede que permita aos jovens realizar reuniões regulares de debate de propostas para a implementação de eventos em Setúbal, bem como a aposta no espírito de voluntariado, nomeadamente com uma atenção especial às redes existentes, foram outras propostas transmitidas.

Outra ideia foi a importância de encarar a atividade física não apenas como desporto, mas também em termos de mobilidade urbana, através da aposta na bicicleta nas deslocações na cidade, o que, como referiu o vereador Pedro Pina, se enquadra no Plano de Mobilidade Sustentável e Transportes do Município de Setúbal, em fase de discussão.

O autarca respondeu às questões apresentadas com a ideia de que, “apesar de ser impossível chegar a tudo, tendo em conta os constrangimentos existentes, a autarquia está disponível para encontrar soluções”.

Em relação à construção de um skate park, mostrou disponibilidade para falar com os proponentes da ideia.

Já quanto ao pavilhão multiusos, referiu que a prioridade vai para os desportos ligados à serra e ao rio. “Sem prejuízo de outras, esta é uma marca distintiva de Setúbal. Temos condições ímpares para a prática de desportos ligados à serra e ao rio. Se é aqui que podemos ser mais fortes do que os outros, essa deve ser a aposta.”

No final, garantiu que o Fórum da Juventude de Setúbal é uma iniciativa para continuar, pois a Câmara Municipal “quer trabalhar em conjunto com os jovens” para construir a cidade.

O Fórum da Juventude é um espaço de partilha e debate que procura incentivar a população juvenil, formal ou informalmente organizada, para a definição de uma política de juventude municipal adaptada às suas necessidades.