A importância do consumo de peixe para uma alimentação equilibrada e saudável foi destacada, no dia 19 de outubro, num colóquio realizado na Casa da Baía, em Setúbal.


Na abertura do encontro “Peixe e Saúde – Uma questão de equilíbrio”, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, no âmbito da marca “Setúbal Terra de Peixe”, o vereador com os pelouros da Educação e da Saúde, Ricardo Oliveira, sublinhou o contributo do tema em análise para o objetivo de construção de uma cidade educadora e saudável.

“Queremos, por um lado, uma cidade educadora que valorize a identidade local e o envolvimento de todos no processo educador e, por outro lado, uma cidade que procura promover o bem-estar social e físico.”

Neste contexto, a autarquia tem desenvolvido vários projetos e prepara-se para “lançar um novo desafio à cidade, nomeadamente a área da restauração”, que é a criação do selo “Setúbal Saudável”.

“Este selo será uma certificação para os restaurantes, tendo em conta as práticas relacionadas com uma alimentação saudável. Os critérios que conduzem à atribuição do selo serão definidos pela autarquia em colaboração com os empresários da restauração”, revelou Ricardo Oliveira

O colóquio “Peixe e Saúde – Uma questão de equilíbrio” contou com os contributos de especialistas das áreas da nutrição, da pesca e da gastronomia, como Vera Azevedo, nutricionista da Divisão de Educação do município de Setúbal, que abordou “O papel da autarquia na Educação Alimentar”.

A Câmara Municipal de Setúbal garante o fornecimento de 697.361 refeições escolares por ano, numa média de perto cerca de cinco mil por dia, aos 33 estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico e pré-escolar da rede pública do concelho.

O plano de ementas, elaborado pelo nutricionista, cumpre a legislação em vigor com vista a “garantir refeições saudáveis, equilibradas e adequadas a esta faixa etária”, mas há outras preocupações.

“Há pormenores que contribuem para garantir que as crianças adotam uma alimentação saudável e com os quais temos de nos preocupar também. Por exemplo, todo o peixe tem de ir arranjado para o prato ou as crianças não o comem. Se não souberem manejar bem os talheres também não comem frango.”   

Para garantir a adesão das crianças a uma alimentação saudável, a Câmara Municipal desenvolve “um grande investimento em educação alimentar”, nomeadamente em iniciativas de educação alimentar para festejar datas festivas, como os dias da Alimentação e da Água, e workshops.

No âmbito do Programa Municipal de Complemento da Ação Educativa estão previstas ações de educação para a saúde nas escolas, como consultas de nutrição, workshops sobre como fazer pequenos almoços ou lanches saudáveis e a campanha “Amigo da Sopa” para promover a importância do consumo da sopa para a saúde.

“O refeitório escolar é um espaço privilegiado de educação para a saúde, promoção de estilos de vida saudáveis e de equidade social, uma vez que é responsável por fornecer refeições equilibradas, adequadas e seguras”, conclui Vera Azevedo.

“Os benefícios do peixe na Saúde Alimentar” foram destacados pela nutricionista Carolina Soares, que alertou para a necessidade de ser fazer, pelo menos, “uma refeição diária que inclua peixe”.

Isto porque o pescado fornece todos os aminoácidos essenciais que o organismo humano não consegue produzir.

Além disso, “é a fonte mais saudável de proteína animal”, ou seja, é o alimento que fornece o menor teor de gordura saturada e colesterol através do ómega 3, ácidos gordos essenciais ao funcionamento do organismo humano.

Constitui também uma importante fonte de vitaminas D e B12, cálcio, fósforo, ferro e iodo.

O encontro prosseguiu com o tema “Valorização do pescado e Alimentação Saudável”, por Sérgio Farias, administrador da Docapesca, e, após um período de debate, o chef Luís Machado conduziu uma degustação de produtos do mar.