“Vale da Estranheza”, baseada na tese de mestrado do autor em Práticas Artísticas Contemporâneas na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, revela o caminho que Bernardo Sousa Santos, 27 anos, pretende explorar enquanto artista, na área do campo expandido da fotografia.

“São imagens tramadas. No duplo sentido. Pela sujeição a uma intervenção plástica e também em termos conceptuais, pela subversão das regras fotográficas”, salienta o autor.

Bernardo Sousa Santos entende que o discurso fotográfico se forma na imposição de uma perspetiva sobre o olhar do observador, em que “os limites para a forma da fotografia são aqueles que o autor desejar trabalhar”.

A exposição inclui obras das séries fotográficas Conopeu, na técnica de acrílico rasurado sobre impressão, Das Unheimliche, de impressão sobre alumínio, e Layers of Identity, de vidro gravado sobre impressão.

A trama é o elo comum destas abordagens, o filtro modular da imagem, que por ação de um processo manual e repetitivo desconstrói, altera e reconstitui a imagem fotográfica em diferentes aproximações. “O objetivo é sempre o de pôr em causa a condição medial da fotografia, contendo, ainda assim, algumas das suas características identitárias.”

Bernardo Sousa Santos, nascido em 1989, em Beja, reside no Porto, onde concluiu recentemente o mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas. É licenciado em Fotografia e Cultura Visual no IADE – Instituto de Arte, Design e Empresa.

A mostra patente na Galeria de Exposições da Casa da Cultura pode ser visitada até 3 de abril, de terça a quinta-feira das 10h00 às 24h00, às sextas e sábados das 10h00 à 01h00 e aos domingos das 10h00 às 20h00.