Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins

O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, mostra-se confiante numa solução rápida que reduza significativamente os preços da travessia fluvial do Sado, na sequência de reunião, realizada no dia 17 de outubro com o ministro das Infraestruturas e dos Transportes, em que o Governo manifestou abertura para ajudar a resolver o problema.


Os presidentes dos municípios ribeirinhos de Setúbal, Alcácer do Sal e Grândola apresentaram a João Galamba, em Lisboa, os motivos que os unem na luta para “tornar mais acessível o acesso fluvial a Troia”.

André Martins ficou satisfeito com a reunião, uma vez que o ministro João Galamba “considera que esta situação é de uma grande injustiça e disponibilizou-se para, em conjunto com os municípios, fazer o caminho no sentido de encontrar a melhor forma de alterar esta situação”.

Uma das soluções defendidas pelas câmaras municipais de Setúbal, Alcácer do Sal e Grândola passa pela entrega do serviço público de transportes da travessia fluvial às entidades públicas com competências nesta matéria e, assim, “reduzir significativamente os custos da travessia para os utentes”.

Para André Martins, não faz sentido que a travessia entre Setúbal e Troia esteja “condicionada por um contrato de concessão gerido pela administração portuária”, situação que “é única no país”, assinala.

“Tal como nós, o senhor ministro considera que é inédito o facto de ser uma autoridade portuária a fazer uma concessão de transporte público a uma empresa privada. É uma situação que precisa de ser revista para que o Sado não seja uma barreira, mas sim, tal como sempre foi, um elo entre Setúbal e Troia e entre a Área Metropolitana de Lisboa e o Litoral Alentejano.”

Uma nova reunião entre os três municípios e João Galamba ficou agendada para 30 de outubro, com o objetivo “encontrar o melhor caminho para que esta situação seja alterada o mais rapidamente possível”.

No dia 12 de setembro, os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Grândola e Alcácer do Sal tomaram uma posição pública na qual defenderam que Governo e Área Metropolitana de Lisboa devem encontrar soluções que tornem mais acessível o acesso fluvial a Troia.

Numa conferência de imprensa conjunta, apelaram à AML e ao Governo para “assumirem as suas responsabilidades e criarem as condições necessárias de mobilidade de pessoas e bens para a península de Troia”, melhorando o acesso das populações da Área Metropolitana de Lisboa ao Litoral Alentejano.

Os elevados tarifários cobrados na travessia do rio Sado, defendem, “afasta muitos potenciais utentes que necessitas de atravessar o rio para trabalhar, abastecer as populações que ali vivem, apoiar as atividades que se desenvolvem daquele lado ou para ir à praia ou fazer turismo” em Troia.

André Martins lamenta que, por exemplo, o preço de um bilhete entre Setúbal e Troia seja “quatro vezes superior” ao preço do bilhete entre Lisboa e o Barreiro.

“Este é um exemplo da injustiça para as populações das duas margens do rio Sado que sofrem as consequências deste contrato de concessão a uma empresa privada.”