“Tem um lugar especial no coração de muitos crentes e fiéis de outras religiões”, frisou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, durante a cerimónia, assistida por muitos populares.

A autarca agradeceu a presença da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, representada por Machado Luciano, que salientou a dedicação da instituição à memória de S. Francisco Xavier, recordando que em 1985 lançou um concurso nas escolas sobre o homenageado. “A nossa presença hoje é simbólica, com este ramo de flores”, referiu o médico.

O padre Lobato, da Vigararia de Setúbal, falou sobre o percurso de evangelização de S. Francisco Xavier pelo Oriente, considerando que estamos na presença de um homem sem fronteiras. “Temos razões de sobejo para pedir a este santo não que ele faça milagres, mas que nos dê luz”, referiu.

A disciplina que o missionário impôs a si próprio, a de conhecer profundamente a cultura de cada povo, como a língua e o vestuário, foi exemplificada com as cartas publicadas em português que escreveu quando estava na Índia.

“Tinha uma grande abertura de espírito, de entrega às causas, de conhecer e amar o que era diferente dos povos desenvolvidos da Europa”, apontou o padre Lobato sobre Francisco Xavier, nascido em 1506, na região espanhola de Navarra.

A grande devoção da população, numa época em que os jesuítas estavam em Setúbal, e a falta de peixe, o que provocou fome a muitas famílias, foram duas razões para que os setubalenses solicitassem que S. Francisco Xavier, falecido doente na ilha chinesa de Sanchoão, aos 46 anos, a 3 de dezembro de 1552, fosse proclamado padroeiro da cidade, o que se concretizou em 1703.

A cerimónia de deposição de flores no dia 3 foi antecedida da celebração de uma eucaristia, na Igreja de S. Julião.