I Seminário de Economia Circular na Região de Setúbal

As práticas desenvolvidas pela Câmara Municipal em matéria de ambiente e sustentabilidade, concretamente na valorização de resíduos, foram apresentadas num seminário sobre economia circular, realizado no dia 18, no Instituto Politécnico de Setúbal.


A vereadora com o pelouro do Ambiente, Carla Guerreiro, na abertura do I Seminário de Economia Circular na Região de Setúbal, partilhou as experiências que têm resultado de um conjunto de projetos municipais com desempenho ambiental positivo no concelho e que espelham a aposta clara que o município tem vindo a realizar neste modelo económico com benefícios para o futuro do planeta.

Como exemplos de êxito, a vice-presidente Carla Guerreiro apontou o Baú das Cinzas e a Gaiola dos Esferovites, equipamentos instalados na frente ribeirinha, destinados a facilitar a correta deposição dos resíduos gerados pelos grelhadores dos restaurantes e das embalagens que acondicionam o peixe.

“Toda a gente tem aderido. As cinzas dos fogareiros, muitas vezes ainda quentes, acabavam nos canteiros, nos contentores normais ou até no rio. Já as caixas de esferovite, como têm uma grande dimensão, eram colocadas no chão. Isso acabou”, sublinhou a autarca.

No entanto, indicou, a Amarsul, empresa dedicada à gestão de resíduos sólidos urbanos dos municípios da Península de Setúbal, “não tem interesse em recolher e reaproveitar”, pelo que essa separação é feita pela Câmara Municipal.

Neste contexto, Carla Guerreiro aproveitou para lançar um desafio ao público de partilha de “ideias para aplicação desta esferovite e destas cinzas”.

O I Seminário de Economia Circular na Região de Setúbal insere-se no âmbito das atividades do Change CornER, projeto da Universidade Europeia E³UDRES², criado com o objetivo de alertar para a importância desta estratégia económica, promovendo o debate entre intervenientes para determinar os principais problemas da região e gerar ideias de negócios sustentáveis.

Durante a conferência, na qual participaram a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, o Grupo Carmona, a Associação de Viticultores do Concelho de Palmela e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Carla Guerreiro destacou, igualmente, a implementação de um projeto de recolha seletiva de resíduos orgânicos, com o objetivo de promover um melhor reaproveitamento dos recursos.

O “Setúbal Composto Tem + Valor”, resultante da aprovação de candidaturas do município a fundos comunitários, no âmbito do PO SEUR, antecipa a obrigatoriedade de Portugal assegurar, a partir de 2024, a separação e reciclagem na origem dos biorresíduos, nomeadamente restos de refeições, ou, em alternativa, a recolha seletiva deste tipo de lixo para transformação em composto.

A Câmara Municipal, antecipando essa decisão comunitária, pôs em prática o projeto em meados de 2021, procedendo à recolha seletiva de resíduos orgânicos porta a porta em quatro das cincos freguesias do concelho e procedendo à recolha de proximidade em bairros populosos da freguesia de São Sebastião.

A existência de uma rede pública de deposição e recolha de óleos alimentares usados e a utilização de viaturas e equipamentos mais eficientes foram outras práticas sustentáveis apresentadas pela vice-presidente da autarquia, assim como a recolha de resíduos de construção.

Na conservação e manutenção de espaços verdes, a vereadora Carla Guerreiro sublinhou que Setúbal assegura a gestão eficiente da rega, a utilização de composto produzido a partir da valorização de resíduos sólidos urbanos, a existência de uma rede municipal de hortas urbanas e a valorização da biomassa vegetal.

No setor da eficiência energética, a autarca recordou um conjunto de medidas implementadas pela Câmara Municipal de Setúbal que resultaram em “ganhos na poupança energética”.

Intervenções na iluminação pública, em edifícios e equipamentos, substituição de luminárias de vapor de sódio por LED e utilização de painéis fotovoltaicos para produção de energia foram alguns dos exemplos apontados.

A economia circular é um modelo de produção e de consumo que envolve a partilha, a reutilização, a reparação e a reciclagem de materiais e produtos existentes, alargando o ciclo de vida dos mesmos, com o objetivo de reduzir o desperdício ao mínimo.

O seminário realizado no Instituto Politécnico de Setúbal prosseguiu durante a tarde com intervenções de vários intervenientes, que focaram diferentes problemáticas relacionadas com a economia circular.