Sociedade Musical e Recreativa União Setubalense festejou 125 anos - presidentes da Câmara e da coletividade, André Martins e Rute Vieira, assistem à atuação da Banda da Sociedade Musical Capricho Setubalense

O presidente da Câmara Municipal, André Martins, anunciou em 22 de março que na próxima reunião do executivo vai ser apresentada uma proposta para atribuir um apoio de quase 85 mil euros à Sociedade Musical e Recreativa União Setubalense para fazer obras na sede.


O anúncio foi feito na sessão solene do 125.º aniversário da coletividade, na qual o autarca afirmou que o apoio à União Setubalense “servirá para fazer um conjunto de obras” na sua sede, como “algumas ações de reabilitação, a remoção e substituição do telhado, a substituição do teto falso, a impermeabilização de caleiras do edifício e várias pinturas”.

André Martins afirmou que “estas obras permitirão um reforço da segurança do edifício” e que a coletividade “aumente a qualidade da sua intervenção, alargando o usufruto das instalações a um maior número de projetos e envolvendo um maior número de pessoas”.

De acordo com o presidente da Câmara, os contributos que a autarquia dá ao movimento associativo são “um dever” resultante do compromisso feito com as populações de “promover a cultura, o desporto e um melhor bem-estar social” nos territórios. “Um dever que valorizamos e queremos continuar a valorizar”, disse.

“Com recursos escassos, as nossas coletividades asseguram um serviço público de inegável interesse e qualidade. Por isso, a nossa autarquia mantém elevado nível de apoios logísticos e financeiros, ainda que, nem sempre com a dimensão que desejaríamos e que seria certamente necessária”, sublinhou.

Depois de considerar que “a grande mais-valia” do movimento associativo de raiz popular consiste no facto de as pessoas darem “um pouco do seu tempo e saber aos outros, a toda a comunidade”, o autarca salientou que, com “muito pouco”, este movimento “faz muito pela cultura” do país.

O presidente da Câmara começou o discurso por notar a juventude dos membros da direção da Sociedade Musical e Recreativa União Setubalense, afirmando que isso “é sempre mais um motivo de esperança de que o movimento associativo vai continuar, porque o movimento associativo é vida” nas comunidades.

André Martins considerou que na União Setubalense, “que se tem sabido renovar e apontar a novas direções” e tem “uma história de mais de um século de trabalho em prol da cultura”, é possível “constatar a vitalidade” das coletividades.

O autarca abordou, porém, a “regressão” a nível social que considera viver-se atualmente em Portugal, com dificuldades na habitação e a “degradação” do Serviço Nacional de Saúde, da educação e de outros serviços do Estado, num “tempo em que os trabalhadores têm sido fortemente penalizados nos seus direitos em função de umas contas certas que, afinal, desprezaram valores e direitos da pessoa humana”.

Manifestou, no entanto, a certeza de que estes tempos serão ultrapassados e afirmou que a celebração dos 50 anos do 25 de Abril vai ser feita “com toda a vitalidade” em Setúbal, apelando à participação na inauguração de um monumento ao 25 de Abril no Largo José Afonso, no dia do aniversário da revolução, para mostrar que “Abril continua e continuará vivo”.

A presidente da União Setubalense, Rute Vieira, disse que a coletividade tem “mantido sempre as portas abertas ao convívio, à cultura, a partilha, à solidariedade e à liberdade dos sócios e amigos”, revelando que desde 2021 realizou 16 concertos, 12 espetáculos, quase 30 karaokes e matinés dançantes, 19 convívios unionistas e seis debates, além de ter estado presente nas últimas edições da Fest’Asso.

“Isto num período condicionado pelas restrições devido à pandemia e por restrições de segurança, porque não tínhamos o teto em condições para a realização de eventos”, notou, adiantando que, além daquelas atividades, foram também feitos alguns arranjos na sede, incluindo o do teto, com o apoio da União das Freguesias de Setúbal, entre outros.

Rute Vieira salientou que no mesmo período a coletividade ganhou “quase mais 100 novos sócios”, afirmando a intenção de “crescer e consolidar a União Setubalense como referência cultural junto da população” de Setúbal.

“Não nos esquecemos da nossa sede, dos problemas estruturais que ainda existem e do grande objetivo que é podermos dizer que esta casa é nossa. O caminho é longo, mas estamos cá para o percorrer”, salientou.

O presidente da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, João Bernardino, disse que era “um orgulho muito grande” estar “numa grande coletividade” e adiantou que as coletividades de cultura, recreio e desporto, que totalizam 32 mil 714 em Portugal, são a “maior família associativa” no país, que todos os dias “faz trabalho público a bem das populações”.

João Bernardino adiantou que, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal e das juntas de freguesia, a Confederação, que comemora 100 anos, vai organizar o congresso do centenário no dia 25 de maio no Fórum Municipal Luísa Todi, onde vão estar “todos os representantes de um grande poder neste país, o poder associativo”.

Na sessão solene, em que foram entregues as liras de prata e ouro aos sócios com 25 e 50 anos de filiação, houve momentos musicais pela Banda da Sociedade Musical Capricho Setubalense, que começou por tocar o hino da entidade aniversariante e terminou com os “Parabéns a Você”, depois de passar por um repertório clássico, e pelo coro “Vozes da União”, que ensaia às terças-feiras na sede da União Setubalense.