Projeto Corpologia | trabalhos de alunos da EB Sebastião da Gama

Sete trabalhos realizados, na disciplina de desenho, por alunos do 12.º ano do curso Científico-Humanístico de Artes Visuais da Escola Secundária Sebastião da Gama estão em exposição em mupis espalhados por várias zonas da cidade de Setúbal e de Azeitão.


O professor de Desenho do 12.º I, João Nunes, disse que estes trabalhos ocuparam os alunos durante todo o terceiro período do ano letivo, desde a realização dos primeiros estudos até ao resultado final, sendo esta parte, intitulada “Bodyunfiltered”, a terceira secção do projeto “Corpologia”, desenvolvido no âmbito do Plano Nacional das Artes, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal.

Realizadas na unidade de trabalho “Corpologia”, desenvolvida na disciplina de Desenho sob proposta da professora estagiária Dina Piçarra, que tem João Nunes como orientador, as obras dos alunos foram feitas em papel fornecido pela empresa Crómia e expostas em estruturas JC Decaux, em diversos locais do concelho.

No âmbito da sua prática de ensino supervisionada, Dina Piçarra, aluna do curso de Mestrado em Ensino das Artes Visuais pela Universidade Lusófona de Lisboa, propôs um projeto que explorava o facto de vivermos rodeados de imagens, das quais resultam estereótipos que podem condicionar a forma como o corpo é concebido e representado.

“Pretendeu-se realizar um trabalho onde, pela linguagem própria do desenho, se identificasse, interpretasse, desconstruísse e comunicasse esta realidade à comunidade”, refere Dina Piçarra. “O corpo está em todo o lado, anúncios televisivos, cartazes publicitários, revistas, redes sociais, o corpo perfeito, transformado, exercitado, tatuado, eternamente jovem, o corpo sexualizado”.

Tendo em conta que “as imagens controlam e dominam a sociedade atual”, foi pedido aos alunos para refletirem e produzirem “um discurso gráfico” sobre questões como “até que ponto é que as redes sociais modelam e controlam a perceção que temos do corpo”, se “o autoconceito do corpo é definido por este ‘derramamento’ da realidade digital nas nossas vidas”, ou ainda “de que forma crescemos a ver e avaliar o nosso corpo”.