Com a chegada de dois meses de férias, a vigésima edição dos Ateliers de Verão é ocupada de forma ativa, com propostas gratuitas para todos os gostos e idades, proporcionando atividades para crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos, bem como para a população sénior do concelho.

Informática, danças latinas, minigolfe, olaria e guitarra são algumas dessas propostas para os munícipes com mais de 65 anos.

Pelos mais novos, a dança e as atividades ao ar livre, como a canoagem, são as oficinas mais procuradas na 20.ª edição da iniciativa municipal, em que também há atividades criativas, informática, teatro comunitário, canto, olaria, culinária e cinema.

A chegada aos Ateliers de Verão é um momento especial. A vergonha de uns, a experimentar pela primeira vez a iniciativa, contrasta com a descontração dos que voltam após a participação em edições anteriores.

O Pavilhão Desportivo da Aranguês transforma-se em pista de dança, três vezes por semana, até dia 29 de julho. Feita a chamada do grupo de quinze praticantes, Mónica Banza, orientadora da oficina de danças latinas, dinamizada pela Câmara Municipal de Setúbal, preocupa-se com a organização da coreografia.

O dia é dedicado ao kizomba. “Vamos fazer os mesmos passos que na sexta-feira”, pede a professora Mónica. “Ainda se lembram do que têm a fazer e quando têm que entrar?”, pergunta.

“Um, dois, três, quatro, cinco, …”. A contagem serve para apanhar o ritmo do kizomba e demonstrar os passos a aprender. “De seguida, damos oito passos para trás em forma de círculo”.

O primeiro treino da dança é feito em jeito de aquecimento. Dura alguns minutos. Depois, a aula é levada mais a sério. Pode haver enganos, por enquanto, mas procura-se a organização e coordenação do grupo.

Ao som da música inicia-se a primeira tentativa. “Afastem-se uma das outras”, alerta Mónica. Para alguns é preciso novo aviso em relação à dança. “Os oito passos são para trás!”.

Já com os movimentos de dança minimamente interiorizados, é hora de agitar o corpo pela última vez, com a boa disposição a acompanhar a sessão de hora e meia da oficina.

O atelier de danças latinas, apesar de ser destinado a crianças e jovens com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos, conta também com a participação de oito seniores com o objetivo de estimular a partilha intergeracional.

O grupo do atelier de danças latinas, com o um total de 35 inscritos, com atividades às segundas, quartas e sextas-feiras, entre as 10h00 e as 11h30, no Pavilhão da Aranguês, há de exibir-se na festa de encerramento dos Ateliers de Verão.

Num outro lado da cidade, na Sociedade Musical Capricho Setubalense, é impossível ficar aborrecido com os ritmos do hip-hop, num atelier direcionado a crianças dos 8 aos 18 anos.

A sessão começa com um aquecimento. Depois de alguns exercícios, o som de “One Dance” coloca em posição as crianças e jovens alunos da dança com origem nos subúrbios de Nova Iorque.

Aqui, a energia dos mais novos não se esgota. Poppings, lockings, break dance e ragga, estilos do hip-hop, misturam-se com os passos de moonwalk, marca registada de Michael Jackson, e ondas.

Além da diversão, a oficina estimula a aprendizagem de alguns desses estilos, dando ênfase à coordenação motora com ritmo e musicalidade, aos movimentos fortes e enérgicos, aos saltos e aos movimentos acrobáticos. “O segredo é ficarem à vontade”, transmite a professora Sónia Ribeiro. “Imaginem que estão a dançar no quarto”.

A deslizar de uma ponta a outra e a incorporar movimentos com as mãos, as crianças e jovens estimulam a criatividade, a coordenação, o equilíbrio, bem como a flexibilidade.

Com cerca de 30 inscritos, o grupo de hip-hop, com atividades às terças e quintas, entre as 10h00 e as 12h00, mostra o trabalho realizado durante um mês na festa de encerramento dos Ateliers de Verão 2016.

Passar as manhãs debaixo de água é o desafio proposto pelo atelier de natação B, dinamizado na Piscina das Palmeiras. Durante um mês, em aulas bissemanais, vinte crianças dos 6 aos 18 anos divertem-se com mergulhos e braçadas.

Assim que largam os chinelos e colocam a touca de banho, a euforia de começar é imediata. Contudo, antes de entrar na água, há um conjunto de regras e de conhecimentos a dominar.

A sessão começa com aquecimentos livres dentro da piscina. Passo a passo, os participantes, sob as ordens de Carlos e Nuno, professores da piscina do Clube Naval Setubalense, aprendem as técnicas do crawl.

A sincronização e a respiração são fundamentais. “As pernadas devem ser direitas e curtas logo abaixo da superfície da água, o corpo deve girar de forma alinhada à braçada e a respiração é feita pela boca”, explica um dos monitores.

As crianças e jovens do atelier de natação B, com aulas às segundas e quartas, das 10h00 e as 12h00, têm ainda a oportunidade de aprender a distribuir o peso corporal, de modo a que na água “flutuem como barcos”.

Já o Pavilhão da Aranguês serve, às terças e quintas, de atelier de basquetebol, com 25 alunos, com idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos.

“Não podem sair da linha dos três pontos”, diz João Gustavo, um dos treinadores, juntamente com Nuno Furtado, ambos da Scalipus, para os 25 alunos. Linhas limite, semicírculos de lance, círculos de lance livre e posições para ressalto são algumas das regras base a aprender.

Durante as duas horas do treino intenso, mas bastante animado, são ensinadas técnicas fundamentais da modalidade de basquetebol, como o passe de peito, passe picado, a receção, o lançamento, drible, posições básicas e passe e corta.

“Vamos aprender a fazer a posições defensivas”, lança João. “Quero que se formem em pares, e se esforcem para retirar a bola ao jogador”

Com o tronco inclinado para a frente e em posições dinâmicas com a cabeça levantada para observar o adversário, os jogadores não desistem de defender. “Bora! Bora!”, motiva Nuno Furtado.

Os Ateliers de Verão 2016, com oficinas disponibilizadas até 29 de julho, cada uma com a duração aproximada de um mês, inclui atividades de ocupação das férias letivas que aliam momentos de aprendizagem, de diversão e de troca de conhecimentos entre gerações.