“Labirinto”, “Cadmo”, “Estendal”, “Válvulas”, “Metamorfose”, “Casal Cigano”, “África”, “Abraço” e “Sol e Lua” são as esculturas, elaboradas com a colaboração de moradores e alunos, que já estão integradas na vivência do bairro.

Ao percorrer o núcleo museológico, em Dia de Bocage e da Cidade, a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, salientou que as esculturas são um “forte fator de dinamização da vida do bairro”, que se juntam assim “às muitas razões para visitar Setúbal”.

Esta é aliás, mencionou a autarca, “uma inovação nacional e talvez internacional” pelo tipo de peças escultóricas e pela forma como foram integradas no bairro. “Hoje o Museu está na Rua e veio para ficar.”

O escultor João Limpinho, ao apresentar as peças ao longo do percurso, desejou que a criação do núcleo museológico urbano “interfira positivamente na vida do bairro”, além de se pretender que, a médio prazo, “as pessoas comecem a perceber que isto é valorização ambiental”, uma vez que os materiais utilizados na conceção das esculturas, como válvulas e tubagens em ferro, foram cedidos por empresas sediadas em Setúbal.

Há ano e meio envolvido no projeto, integrado no programa RUBE – Regeneração Urbana da Bela Vista e Zona Envolvente, liderado pela Câmara Municipal de Setúbal, João Limpinho referiu que para um trabalho destes tem de haver relação direta com a realidade do bairro. “Se não, não faz sentido”, salientou, embora aproveitasse ideias que já tinha em abstrato.

A conceção destas nove peças escultóricas, “metade do que está previsto”, acaba por estar relacionada com elementos existentes em cada pátio. É o caso do “Labirinto”, em que foi colocado ao escultor o desafio de reaproveitar cadeiras em betão que seriam retiradas no âmbito da requalificação daquele espaço.

Foi então que criou um labirinto, a partir de tubagens em ferro, envolvendo as cadeiras que, assim, mantiveram a mesma funcionalidade. “A primeira perceção que tive do bairro foi a de uma estrutura labiríntica”, revelou o artista.

A mesma preocupação de fazer uma ligação com elementos e características da Bela Vista foi observada com as restantes peças escultóricas, como sucede com a “Cadmo”, concebida como uma alusão ao criador grego do alfabeto e, por isso, instalada em frente do Polo da Biblioteca Municipal, e com a “África”, colocada no pátio onde funciona o Centro Cultural Africano.

Mais trabalhos estão previstos para outros locais do bairro, dando continuidade ao Núcleo Museológico Urbano da Bela Vista.