Escultura "Poeticamente Habita o Homem Sobre a Terra"

A frente ribeirinha de Setúbal ganhou no dia 28 de maio mais um motivo de atração com um novo elemento escultório de arte urbana, o qual destaca a importância e a relação da água com o território setubalense pela tradição azulejar portuguesa.


A peça de arte, intitulada “Poeticamente Habita o Homem sobre a Terra”, é da autoria das artistas plásticas Bárbara Fonte, Maria Morais, Mónica Pimentel Coelho e Sofia Pinto e resulta da primeira residência artística da Galeria Ratton, com a parceria da Câmara Municipal de Setúbal.

A chegada desta nova peça de arte urbana constitui mais um passo no projeto do município para valorização do espaço público e exaltar Setúbal enquanto Cidade da Criação Artística, ação que tem estimulado a realização deste tipo de ações protagonizadas por artistas e instituições de vários pontos do país e do estrangeiro.

“Está instalada num sítio maravilhoso, um local privilegiado e de excelência da cidade, de usufruto público, entre o rio e a serra”, enalteceu a 28 de maio, na cerimónia de inauguração da nova peça de arte urbana, a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro.

A autarca sublinhou que a nova obra de arte pública dá continuidade a uma aposta da autarquia de valorização do espaço público. “É um caminho interessante pelo qual temos trazido, nos últimos anos, várias peças de arte à cidade e ao concelho com vista ao reforço da atratividade.”

A peça foi projetada por Tiago Montegado, diretor da Galeria Ratton, para interpretar a ideia de banco-lago, e inclui a inscrição “Procurando o fio de água que escorre por baixo dos nossos pés caminham procurando o fio de água que escorre por baixo dos nossos pés…” para realçar a importância da água.

A água, frisou, “é o foco principal da peça instalada na frente ribeirinha setubalense e manifesta-se artisticamente em várias esferas, das atividades culturais, sociais e económicas à própria geografia do território sadino, para aliar a arte ao conhecimento, aproximando-os das pessoas”.

A obra escultórica, com um total de 378 azulejos intervencionados pelas quatro artistas, em oficina realizada durante vinte dias consecutivos no âmbito da residência artística promovida pela Galeria Ratton, está assente num maciço de pedra “Cadoiço Azul”, originária da zona de Fátima.

Apesar de localizada em Lisboa, a Galeria Ratton, “tem uma forte ligação com Setúbal”, cidade “com uma riqueza, muitas vezes desconhecida, de um vasto património azulejar” e na qual já se encontram várias intervenções artísticas patrocinadas pela Galeria, caso do painel, de Andreas Stöcklein, instalado no Túnel do Quebedo.

Além da escultura, no âmbito da primeira residência artística da Galeria Ratton, foi promovida uma exposição, com uma dezena e meia de trabalhos das quatro artistas participantes nesta iniciativa cultural, a qual esteve patente entre abril e maio no Espaço Ilustração da Casa da Cultura.

Nesta mostra azulejar, organizada pela Galeria Ratton em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal e o atelier DDLX, as artistas revelaram nas peças uma nova expressão artística que utiliza as potencialidades que o azulejo oferece e as sinergias criativas proporcionadas por este projeto.

Este projeto da Galeria Ratton resulta num novo formato artístico que aposta em artistas emergentes e na criação de novos públicos, com o objetivo de continuar a renovar a visibilidade e versatilidade de criação artística, neste caso, o azulejo, peça de particular relevância na tradição cultural portuguesa.