A vereadora dos Recursos Humanos e Atividades Económicas da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, sublinhou, no encontro “Gestão do stresse e dos riscos psicossociais no trabalho”, no Cinema Charlot – Auditório Municipal, a importância do compromisso entre todas entidades associadas à temática.

“Quando todas as esferas convergem, é possível atingir um bom ambiente no trabalho”, salientou a autarca. “Ao stress atribui-se 50 a 60 por cento de faltas ao trabalho. É imperativo haver uma resposta.”

Também o diretor-geral do Centro de Estudos e Desenvolvimento de Recursos, Organizações e Sistemas, Luís Coelho, referiu que “o comprometimento é meio caminho andado para se chegar aos objetivos traçados”.

Num dia dedicado à informação para que cada vez mais existam locais de trabalho seguros e saudáveis, o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, acentuou que, quando se olha para as estatísticas, percebe-se que “o stress é realmente um problema”, uma vez que, “em Portugal, apenas 13 por cento das empresas têm instrumentos para lidar com estas questões”.

O responsável acrescentou que “a discriminação continua a ser um dos fatores de riscos psicossociais no trabalho”.

Por outro lado, Pedro Pimenta Braz, inspetor-geral da Autoridade para as Condições de Trabalho, salientou a importância de não ser possível eliminar os problemas “enquanto não se implementarem estruturalmente, nos diversos graus de ensino, estas matérias”, algo que “já existe noutros países da União Europeia”

Após a sessão de abertura, seguiram-se palestras com o vice-presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Samuel Antunes, que abordou o tema “O papel da liderança na gestão dos riscos psicossociais”, e a coordenadora do Ponto Focal Nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Emília Telo, que mostrou algumas “Estratégias de intervenção para minimizar as consequências dos aspetos psicossociais e stresse nas organizações”, ambos inseridos na área “A Prevenção e a Gestão de Topo”.

O segundo painel incidiu sobre a temática da “Abordagem Preventiva como Garantia de Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”, em    que a coordenadora da Unidade de Observação em Saúde e Vigilância Epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Mariana Neto, discursou sobre “A influência dos aspetos psicossociais e stresse no aumento das doenças profissionais”, e Luís Coelho explicou “Como promover locais de trabalho seguros e saudáveis”.

As sessões da tarde começam às 14h00 com uma simulação de um caso real, no parque de estacionamento do estádio do Vitória Futebol Clube, da condução de um equipamento para demonstrar a influência de aspetos que produzem stress e pressão no trabalho.

Por fim, os temas “Influência da engenharia na segurança dos equipamentos de trabalho e na prevenção da pressão no trabalho” e “Estratégias a adotar para uma utilização segura dos equipamentos de trabalho”, inseridos no terceiro e último painel, “Locais de Trabalho Seguros e Equipamentos de Trabalho”, são abordados, respetivamente, por Filipe Didelet, professor coordenador da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, e Sandra Santos, técnica superior da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

O seminário, realizado sob a égide da campanha europeia “Locais de trabalho saudáveis contribuem para a gestão do stresse”, a decorrer em 2014/2015, foi promovido pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho – Locais de trabalho seguros e saudáveis, pela ACT e pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento de Recursos, Organizações e Sistemas, em colaboração com o Politécnico de Setúbal e com o apoio da Autarquia.