Bolsas de Criação Artística

Os três projetos vencedores da última edição do projeto municipal Bolsas de Criação Artística são apresentados nos dias 10 e 11, numa iniciativa a realizar no espaço A Gráfica.


A iniciativa, de entrada gratuita, começa no dia 10 com a apresentação da instalação “Over Our Heads (OOH — interjeição alongada de espanto, admiração, encantamento ou tristeza)”, por Marta Cerqueira, a partir das 16h30.

Marta Cerqueira faz um convite à exploração do corpo e do espaço onde todas as pessoas são cocriadoras, intérpretes e intervenientes, e são, à vez, coreografia e cenografia, composição e improvisação.

“Over Our Heads” coloca o público num cenário que tem em destaque aspetos coreográficos e dinâmicos, onde o verbo brincar aparece como área temática e premissa fundamental do processo de aprendizagem e descoberta em todos os mamíferos – brincar e inventar mais, potenciar essa “neblina de coisas” que nos passam pela cabeça.

Os elementos no espaço convocam formas de atividade do público, fomentando interferências tácitas com a obra, num lugar de convívio que se quer atravessado, experienciado e modelado pelo visitante.

“Over Our Heads” repete-se no mesmo dia, às 18h00, e no dia 11, às 16h30 e às 18h00.

O documentário “Quis saber quem sou”, de António Aleixo, é o outro projeto vencedor das Bolsas de Criação Artística 2021 que se apresenta nos dias 10 e 11, com sessões às 17h00.

Em 2019, o realizador António Aleixo descobre um filme, em Super 8, com 11 horas de imagens captadas pelo avô, João Rodrigues Aleixo.

Esse achado leva-o numa viagem à descoberta de quem foram os avós e qual o seu papel na sociedade setubalense nas décadas de 60 e 70, dando origem ao documentário “Quis saber quem sou”.

Por último, a bolseira Tânia Dinis apresenta “Impressões”, nos dias 10 e 11, às 17h30.

O projeto, criado especificamente para o contexto de Setúbal e do espaço A Gráfica – Centro de Criação Artística, parte das memórias e da partilha de imagens e outros documentos de um grupo de participantes ligados à cidade.

É uma espécie de álbum fotográfico, à espera de ser organizado, trabalhando uma nova narrativa, numa viagem por uma linha, uma sequência de imagens de uma determinada região, que é transversal a todos, com a sua relação socioeconómica.

A iniciativa contempla ainda no dia 10, às 18h30, uma conversa com os bolseiros de 2021, aqueles que agora apresentam as suas crianças, e de 2022, que têm a oportunidade de se dar a conhecer ao público.

Aura da Fonseca, Cláudia Gaiolas e David Marques são os bolseiros selecionados pelas Bolsas de Criação Artística 2022, iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, com o objetivo de apoiar criadores ou coletivos que desenvolvam projetos em diferentes áreas artísticas, recebeu este ano mais de uma centena de candidaturas, provenientes de todo o país e de diferentes áreas artísticas.

“Como seria nadar, há 50 anos?”, da autoria Cláudia Gaiolas e Judite Canha Fernandes, é um dos três projetos selecionados para receber o apoio da bolsa artística.

Já a dupla composta pelo coreógrafo e bailarino Nuno Marques e pelo ator Nuno Pinheiro foi selecionada para bolseira com “Conferência performativa: pele”.

“Trans* Performatividade” é o título do projeto de Aura da Fonseca também selecionado pela edição deste ano das Bolsas de Criação Artística.

As Bolsas de Criação Artística proporcionam, a cada um dos projetos selecionados, um incentivo financeiro no valor de cinco mil euros, a possibilidade de usufruir de um espaço de trabalho nas instalações de A Gráfica, localizadas em Setúbal, e a partilha de materiais de pesquisa ou estreias de espetáculos na MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal do próximo ano, 2023.