Início das operações da Carris Metropolitana.

A importância da aposta no transporte público para melhoria da qualidade de vida na cidade, com ganhos ambientais e de saúde, foi destacada no dia 1 pela vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, no início das operações da Carris Metropolitana.


A autarca, ao falar na cerimónia que assinalou o início do serviço da nova operadora de transportes coletivos rodoviários da Área Metropolitana de Lisboa, salientou que “apostar nos transportes públicos e limitar a utilização das viaturas particulares é uma medida essencial para alcançar metas ambientais e, reconhecidamente, uma das formas mais consensuais de reduzir o aquecimento global”.

Carla Guerreiro reforçou que, “com mais e melhores transportes públicos, é possível reduzir, de forma acentuada, o recurso à viatura particular e, assim, melhorar a qualidade do nosso ambiente e beneficiar a saúde pública”.

A Carris Metropolitana, marca da Transportes Metropolitanos de Lisboa que assegura o serviço de transportes coletivos rodoviários em 15 dos 18 concelhos da Área Metropolitana, começou a operar a 1 de junho nos municípios que integram a área 4, ou seja, Setúbal, Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Barreiro, este último apenas nas ligações intermunicipais.

Segue-se, a 1 de julho, a implementação do serviço nos restantes concelhos aderentes da Área Metropolitana de Lisboa.

“Celebramos o começo de uma nova era em matéria de transportes públicos e mobilidade dos quase dois milhões e novecentos mil habitantes da Área Metropolitana”, sublinhou Carla Guerreiro.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal salientou que a Carris Metropolitana aumenta o valor a oferta do serviço “em 43 por cento na AML e, só em Setúbal, mais de 65 por cento”, a que se junta uma frota totalmente nova a operar no concelho, que inclui “autocarros adaptados à mobilidade condicionada e com informação do percurso em tempo real”.

Desta revolução na qualidade do serviço de transportes coletivos rodoviários faz ainda parte o passe Navegante, solução implementada em 2019 e que permitiu a utilização “de todos os modos de transporte público com um único título em toda a área metropolitana e com significativa redução tarifária, em média, na ordem dos 38 por cento”.

Esta nova realidade na mobilidade urbana de Setúbal e da própria Área Metropolitana de Lisboa, realçou Carla Guerreiro, apenas foi possível com o “decisivo envolvimento político, técnico e financeiro do Poder Local”, o qual permitiu “deixar para trás anos de indecisões” em matéria de políticas de mobilidade.

Uma aposta “decisiva na Carris Metropolitana”, que fez com que, só no que à Câmara Municipal de Setúbal diz respeito, se venha a concretizar “um valor estimado de investimento de mais de 23 milhões de euros até 2027”.

A cerimónia que assinalou o arranque das operações da Carris Metropolitana na área 4 teve início no novo Interface de Transportes de Setúbal, localizado no centro da cidade, na Praça do Brasil, terminal modal rodoferroviário que entrou também em funcionamento.

A presidente do Conselho Metropolitano, Carla Tavares, na cerimónia protocolar realizada no Azeitão Bacalhôa Parque, em Vila Nogueira de Azeitão, frisou que a Carris Metropolitana representa “uma mudança profunda na mobilidade urbana”, apenas possível com “o encontro de vontades para realidades tão díspares que constituem o território”, acrescentando que “este processo criou um movimento de solidariedade muito forte entre os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”.

Carla Tavares, “certa de que o centro da mobilidade está no transporte público”, recordou que o novo paradigma significa um esforço assinalável de todas as entidades envolvidas, a começar por questões que podem parecer simples. “A bilhética, por exemplo, foi extremamente simplificada. É uma revolução. Em maio havia cerca de 900 títulos em vigor na Área Metropolitana. Hoje há cinco [modalidades do passe Navegante].”

Um processo que “não tem volta e só pode seguir em frente, em direção à democratização dos transportes”, destacou Carla Tavares, perspetiva corroborada pelo secretário de Estado da Mobilidade, Jorge Delgado, que assegura ser imperativo “mudar o paradigma da mobilidade em Portugal”.

Jorge Delgado frisou que medidas como o início das operações da Carris Metropolitana apontam às populações alternativas viáveis que permitam a transferência nas preferências na mobilidade. “Apoiamo-nos excessivamente no transporte individual e é preciso mudar para o transporte público.”

O governante destacou, igualmente, que a AML “tem feito um processo notável nos últimos em matéria de mobilidade”, trabalho que incorpora consequências visíveis “na melhoria da economia, do ambiente e da qualidade de vida da população”.

O início das operações da Carris Metropolitana não se faz, porém, sem dificuldades, facto sublinhado nas intervenções feitas na cerimónia realizada em Azeitão.

“Temos consciência de que nem tudo vai correr bem nestes primeiros dias. Mas vamos retificando. Vamos melhorando”, sublinhou o primeiro-secretário da AML, Carlos Humberto Carvalho.

O dirigente realçou, ainda, que o processo que teve início com a entrada em funcionamento da Carris Metropolitana engloba “dois desafios” que considera determinantes: “Garantir a sustentabilidade financeira do projeto e trabalhar em conjunto, dando passos seguros, sem deixar ninguém para trás.”

Num momento que, considera, se está “a dar um importante passo para construir um tempo novo”, Carlos Humberto Carvalho recordou que, logo com a entrada em vigor do passe Navegante em 2019, “muito mais gente passou a andar de transporte público”.

O projeto da Carris Metropolitana, de resto, está traçado para ser revisto e aumentado gradualmente, com Faustino Gomes, presidente executivo da Transportes Metropolitanos de Lisboa, a anunciar, por exemplo, que os atuais 12 pontos de venda do passe Navegante “serão, num futuro muito próximo, mais de 1500 em toda a Área Metropolitana de Lisboa”.

Devido à dimensão e complexidade de toda a operação, Faustino Gomes explicou que, “intencionalmente, foi decidido não iniciar ao mesmo tempo em toda a Área Metropolitana”, clarificando que esta primeira etapa, centrada apenas nos municípios que integram a área 4, “é um processo importante, pois permite afinar rotinas, testar equipamentos”, constituindo-se como uma antecâmera do que a Carris Metropolitana vai representar quando estiver a operar em todo o território, a partir de 1 de julho.

Faustino Gomes enalteceu, ainda, que a escolha na área 4 para o início do projeto se deveu ao facto de “ser também uma das áreas onde há a necessidade de desenvolvimento de um esforço maior, até porque era, até agora, uma das áreas com mais carências em matéria de mobilidade”.

Uma ação simbólica de cortar da fita em três dos novos autocarros da frota a operar na área 4 deu por finalizada a cerimónia que assinalou o início das operações da Carris Metropolitana.

De manhã, governantes e figuras públicas utilizaram os transportes públicos para chegar a Setúbal, onde decorreram as cerimónias protocolares, período que incluiu uma viagem simbólica em autocarros da nova Carris Metropolitana pela cidade.

 

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